Os 11 juízes se pronunciaram pela manhã (horário local) sobre 12 demandas pela suposta ilegalidade da resolução do governo de Ariel Sharon, apresentadas por dezenas de advogados.
As demandas contra o Executivo e seu plano para retirar a Faixa de Gaza e 25 assentamentos judaicos, quatro deles no norte da Cisjordânia, foi apresentada por centenas de colonos entre as 1,5 mil famílias que devem ser desalojadas de seus lares.
O desalojamento, uma decisão adotada em junho do ano passado pelo Conselho de Ministros presidido pelo primeiro-ministro, Ariel Sharon, deve começar no próximo dia 15 de agosto, para pôr em prática a lei de evacuação e suas disposições para compensar economicamente os que serão retirados.
O apoio popular ao plano do governo para o desligamento de Gaza caiu mais de 15% - dos 65% em fevereiro passado para 48% -, segundo os resultados de uma pesquisa divulgada ontem pelo canal de televisão israelense.
Sharon atribuiu essa notável queda do apoio público à sua iniciativa para retirar-se de Gaza aos últimos ataques das facções da resistência palestina contra assentamentos e posições militares nesse território ocupado.
O primeiro-ministro disse isso ao ministro de Assuntos Exteriores do Reino Unido, Jack Straw, com quem discutiu na quarta-feira à noite a retirada da Faixa de Gaza.
A apelação ao Tribunal Superior de Justiça na busca de amparo foi acompanhada nos últimos meses por uma intensa campanha para protestar contra a retirada, impulsionada por extremistas entre os colonos e por militantes da direita ultranacionalista.
ANP e Israel vão coordenar retirada
O ministro da Defesa de Israel, general Shaul Mofaz, e o ministro do Interior da Autoridade Nacional Palestina (ANP), o general Nasser Youssef, concordaram em coordenar suas forças de segurança para a retirada israelense da Faixa de Gaza.
Equipes de oficiais do exército israelense e dos órgãos de segurança palestinos, liderados por oficiais com o grau de coronel, começarão a reunir-se a partir da próxima semana com o objetivo de concretizar a retirada militar e dos colonos judeus, a ser feita em agosto.
Mofaz se comprometeu na quarta à noite, ao fim de uma reunião com Youssef num hotel de Tel Aviv, que as autoridades israelenses manterão informada a ANP da agenda da retirada de Gaza, onde serão desalojados 21 assentamentos e outros quatro na Cisjordânia.
A coordenação da retirada vai se dar no plano administrativo - a transferência dos serviços de água potável e eletricidade que recebem os assentamentos judaicos, entre outros -, no âmbito dos chefes da segurança de ambas as partes.
Segundo fontes israelenses, Mofaz esclareceu a Youssef que Israel não realizará a retirada "sob o fogo" se as facções da resistência palestina em Gaza ou na Cisjordânia atacarem as forças do exército e a polícia. Muitos colonos são contra a medida e prometem resistir ao desalojamento.
O ministro da Defesa exigiu na reunião de Tel Aviv que os organismos de segurança palestinos, que conta com 45 mil soldados na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, sejam treinados a fim de impedir que a resistência ataque com seus foguetes e bombas durante a retirada, que pode durar cerca de quatro semanas.