
O rei Manuel I, de Portugal, na procura de fundos para financiar seu programa de expansão colonial, passou a cobrar dos judeus impostos exorbitantes, dando a eles pouco tempo para pagar e multas para aqueles que não pagassem a tempo.
O rei queria colonizar as ilhas de São Tomé e Príncipe (para "branquear a população", como ele mesmo colocou), mas os portugueses recusavam fixar-se naquelas ilhas cálidas e infestadas de crocodilos.
Como parecia pouco provável que a maioria dos judeus pagasse os impostos, por padecerem necessidades, o rei deportou seus pequenos filhos, de idade entre 2 e 10 anos, para São Tomé e Príncipe.
No porto de Lisboa, não menos que 2000 crianças foram separadas de seus pais e postos em barcos como escravos (Rabi Samuel Usque relata isso em seu livro, "Os Sofrimentos e Tribulações de Israel"). Em um ano, apenas 600 crianças permaneciam vivas. Usque relata que quando os pais viram que a deportação era inevitável, eles passaram às crianças a importância de observar as Leis de Moisés; e alguns até casaram suas crianças.
Os esforços dos pais aparentemente não foram em vão, como relatam os rumores que chegaram ao Ofício da Inquisição em Lisboa de que em São Tomé e Príncipe havia incidentes de clara observância judaica. A Igreja Católica Romana foi grandemente afrontada.
O bispo nomeado a São Tomé e Príncipe em 1616, Pedro da Cunha Lobo, ficou atormentado com o problema. Em 1621 ele foi acordado por uma procissão, levantada para confrontá-los, e foi insultado tão sinceramente que em desgosto ele desistiu e pegou o primeiro navio de volta para Portugal.
Havia um certo fluxo de judeus comerciantes de cacau e açúcar nas ilhas nos séculos XIX e XX, dois deles estão enterrados no cemitério de São Tomé e Príncipe.Hoje ainda podem ser achados os descendentes das crianças escravizadas. Alguns costumes judaicos permanecem, embora misturados com os valores e cultura da sociedade crioula.
Caro Jorge
ResponderExcluirEstou a investigar sobre este tema.
Pode ajudar-me com bibliografia e contactos úteis?
Obrigado
Samuel Esteves
Caro Samuel, vc não deixou um e-mail para contato..Segue algumas Bibliografias sobre o tema:
ResponderExcluirBibliografia
Mendes dos Remédios, Prefácio à edição da Consolação às Tribulações de Israel, Coimbra, 1906; Id., «A "Consolação às Tribulações" de Samuel Usque» in Biblos, vol. III, Coimbra, 1927, pp. 408-424; Mário Martins, «A filosofia esotérica em Samuel Usque», in revista Portuguesa de Filosofia, vol. II, Braga, 1946, pp. 339-349; Pinharanda Gomes, A Filosofia Hebraico-Portuguesa, Porto, 1983.
Grato. samuelesteves55@gmail.com
ExcluirEstou a produzir uma peça de teatro: "Rapto dos Inocentes" a estrear em 2021.
Se tiver em interesse em saber mais escreva-me.
Abraço e Obrigado
Amigo Jorge,
ResponderExcluirMuito obrigado pelas referências.
O meu email é samuel_esteves@yahoo.com.br e vivo em Oeiras, Portugal
Um abraço
Shalom.
Samuel
Ok, mande-nos um release da obra. Aguardamos
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