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Narrativas enganosas são enormes contra Israel

 “Narrativas enganosas são enormes contra Israel”, diz major do exército israelense em Porto Alegre

Rafael Rozenszajn, nascido no Brasil, está na Capital para divulgar seu livro, “A Guerra de Narrativas”, um dos mais vendidos do país nas últimas semanas

Felipe Faleiro

Narrativas enganosas são enormes contra Israel


Rafael Rozenszajn, porta-voz da reserva das Forças de Defesa de Israel (FDI)

Foto : Camila Cunha

Major e porta-voz da reserva  das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), além de autor de “A Guerra de Narrativas”, um dos livros mais vendidos nas últimas semanas no país, e à venda nas livrarias e plataformas digitais, Rafael Rozenszajn, nascido no Brasil, está em Porto Alegre. Ele divulga sua obra literária, participa de um evento da comunidade judaica, promovido pela Federação Israelita do Rio Grande do Sul (Firs) e busca combater o que classifica como “imensa desinformação” a respeito do conflito entre Israel e o Hamas no Oriente Médio.

“Estou no Brasil para possibilitar ao povo brasileiro de receber as informações que não recebem na grande mídia e plataformas sociais”, disse ele, em entrevista exclusiva ao Correio do Povo. “Esta guerra é também travada nos meios de comunicação. As pessoas precisam de informações para poder combater estas narrativas, e isto, infelizmente, o povo brasileiro não tem. Mas é impressionante a sede que as pessoas têm de receber informações. As narrativas enganosas são enormes. A mídia precisa abrir portas para que pessoas como eu possam trazer o outro lado da história”.

Nos últimos dias, o major já esteve em Belo Horizonte, e após a capital gaúcha, onde ele já esteve outras duas vezes e onde sua esposa tem família, Rozenszajn passa ainda por São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. “Adoro Porto Alegre, sempre gostei de vir para cá. O povo gaúcho é um povo alegre, feliz e inteligente, que gosta de expressar sua opinião”. De acordo com ele, as narrativas enviesadas do ponto de vista israelense às quais se refere são atribuídas também ao “ódio gratuito e ao antissemitismo”.

“Já demonstramos que temos capacidade e interesse em fazer a paz com nossos inimigos. Tudo o que os grupos terroristas querem é neutralizar essa expansão da paz, porque para eles isso é uma ameaça ao objetivo de destruir Israel. Tudo o que queremos é viver. Nós queremos viver em paz, nossos inimigos querem nos destruir. O mundo precisa entender isso. As pessoas saem para se manifestar em favor dos palestinos, mas fazem isso vestindo a bandeira do Hamas, que executa os civis palestinos. É quase natural que haja desinformação, porque a informação correta não chega às pessoas”.

“Nos importamos com os civis da Faixa de Gaza muito mais do que o Hamas”

Questionado sobre uma pretensa desproporcionalidade nas mortes de civis israelenses e palestinos após os ataques de 7 de outubro de 2023, que deram início ao conflito atual, ele diz que os óbitos de civis na Faixa de Gaza “são as menores do mundo em guerras urbanas”. Ele justificou dizendo que, conforme o próprio Hamas, cerca de 55 mil a 60 mil pessoas morreram em Gaza.

“O Hamas diariamente publica quem são estas pessoas, jornalistas, médicos, idosos, crianças, mulheres, mas não expõe quantos terroristas foram eliminados, ou quantos morreram por mortes naturais, assassinadas pelo próprio Hamas ou porque os foguetes disparados em direção a Israel falharam e caíram em Gaza mesmo. Nos importamos com os civis da Faixa de Gaza muito mais do que o Hamas, que ser sacrificar seu povo”, criticou o major. Ainda conforme ele, “25 mil terroristas foram eliminados”, e “7,5 mil palestinos morrem anualmente na Faixa de Gaza por mortes naturais, sem relação com a guerra”, somando, portanto, 15 mil óbitos em dois anos de conflito.

“Isso quer dizer que, para cada terrorista (morto), morreu menos de um civil. Cada morte de civil é uma tragédia, mas para o Hamas, é uma estratégia. E a pergunta não é como se morrem tantos civis, mas sim qual a mágica para que se morram tão poucos”, disse o major. Conforme ele, Israel utiliza informações da inteligência local e adverte a população sobre ações da maneira como pode, com nove milhões de panfletos já lançados, 150 mil ligações e pausas humanitárias.

“Cada morte de civil é uma tragédia, mas para o Hamas, é uma estratégia" – Rafael Rozenszajn

Cessar-fogo “violado pelo Hamas”

“Não podemos ser acusados de genocídio de forma desproporcional em Gaza, quando o número de civis (mortos) é menor do que em qualquer guerra do mundo”. Perguntado se acredita que tem sido respeitado por ambos os lados o cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos e outras nações do Oriente Médio, vigente há cerca de um mês, o porta-voz do Exército de Israel salientou que seu país “cumpre com todos os termos”, tendo devolvido “cerca de dois mil terroristas do Hamas em troca de reféns”, mas que o Hamas está os violando sistematicamente.

“Ainda há sete reféns assassinados pelo Hamas e cujos corpos continuam sequestrados na Faixa de Gaza. O Hamas teria de devolver todos os reféns em 72 horas desde que o acordo foi assinado. Passou um mês e ainda não foram entregues. Mas esta é apenas uma parte do plano”, disse o major, comentando que os próximos passos preveem a desmilitarização, desarmamento e saída do Hamas do governo de Gaza, e esta lentidão do grupo na devolução estaria ocorrendo porque não há pressão suficiente por parte do mundo ocidental.

Ainda conforme ele, o grupo terrorista estaria planejando o próximo 7 de outubro. “Eles dizem claramente que este foi somente o primeiro passo, não foi o objetivo final. O objetivo final é a destruição de Israel, seu estatuto diz claramente que Israel não tem o direito de existir”. Perguntado sobre os papéis dos governos Trump e Lula, o oficial disse que “todas as lideranças que trabalham em prol da paz são muito bem-vindas. Mas paz não vai existir em Israel enquanto o Hamas governar a Faixa de Gaza”. Rozenszajn também foi perguntado sobre o futuro de ambas as partes. “Nosso desejo é que haja uma troca das ideias de ódio e destruição por uma ideia de paz e coexistência”.

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