Ex-espiã de sedução russa Aliia Roza( Foto: Instagram )
Ex-espiã de sedução russa Aliia Roza
( Foto: Instagram )
A ex-espiã Aliia Roza afirma que agentes russos e chineses utilizam mulheres sedutoras para cativar a elite tecnológica, criar laços afetivos e roubar informações confidenciais de alvos desavisados.
Um ex-espião russo, treinado em sedução e manipulação psicológica, alertou profissionais do Vale do Silício para que tomem cuidado com agentes estrangeiros que usam armadilhas românticas para roubar segredos tecnológicos e comerciais.
Aliia Roza, que afirma ter sido treinada pela inteligência russa como uma "espiã sexual" antes de desertar após se apaixonar por um de seus alvos, contou ao New York Post que tanto a Rússia quanto a China empregam agentes femininas atraentes para se infiltrar na vida pessoal de trabalhadores e executivos do setor de tecnologia. O objetivo delas, segundo ela, é criar intimidade emocional — e, em última instância, extrair informações valiosas.
“Eles veem o alvo; precisam de informações”, explicou Roza. “Eles vão manipular emoções, sentimentos — qualquer coisa que puderem usar, eles usarão.”
Os comentários dela vêm na sequência de uma reportagem do The Times de Londres que alega um esforço conjunto russo-chinês para usar agentes femininas para atrair executivos do setor de tecnologia — uma estratégia que lhes dá vantagem, disse Roza, já que os Estados Unidos não usam táticas semelhantes.
O manual da sedução
Roza descreveu um processo cuidadosamente orquestrado que os espiões seguem para preparar seus alvos.
“Um agente experiente nunca aborda a pessoa diretamente”, disse ela. “Você aparece na vida dela cerca de sete vezes antes de fazer contato — no café, na academia, online. Talvez você simplesmente curta as postagens dela. Quando finalmente se encontram, a pessoa já confia em você.”
Uma vez estabelecida a conexão, começa a manipulação com o "bombardeio de amor" — elogios constantes, selfies e mensagens flertantes.
“Eles fingem ser vulneráveis — dizem que seus pais morreram, que são estudantes ou que estão sem dinheiro. Isso desperta o instinto de herói. Todo homem quer ser um salvador”, explicou Roza.
Em seguida, vem o que ela chamou de "técnica do leite", onde espiões fingem ter conhecidos em comum para parecerem confiáveis.
“A conta falsa pode seguir seus amigos ou dizer: 'Bill é amigo do meu irmão', então você pensa: 'Ok, ela é real'. Mas é tudo inventado”, disse ela.
Por que os profissionais de tecnologia são presas fáceis
Roza alertou que os profissionais de tecnologia são especialmente vulneráveis porque muitos estão sobrecarregados de trabalho, socialmente isolados e inexperientes em relacionamentos.
“Eles podem ser gênios no que fazem, mas quando se trata de relacionamentos, passam muito tempo no escritório”, disse ela. “Há uma lacuna na interação deles com as mulheres, e isso os torna alvos fáceis.”
Ela acrescentou que os espiões normalmente se concentram em homens solteiros, que são mais fáceis de manipular emocionalmente.
“Se não estiverem num relacionamento, é claro que ficam mais vulneráveis”, disse ela.
Sinais de alerta e prevenção
Roza aconselha os trabalhadores do Vale do Silício a terem cautela com demonstrações repentinas de afeto romântico — especialmente se vierem acompanhadas de perguntas indiscretas, menções a pessoas importantes ou conversas regadas a álcool.
Atualmente morando no Ocidente, Roza se dedica a conscientizar o público sobre táticas de manipulação no trabalho, em relacionamentos e nas redes sociais. Ela está escrevendo um livro e assinou contrato para um documentário baseado em suas experiências.
“Minha missão é ensinar as pessoas a evitar a manipulação”, disse Roza, agora uma coach de autoconfiança que usa parte de seu antigo treinamento de espionagem para ajudar outras pessoas a desenvolver resiliência.
Seu conselho final: “Educação é prevenção. A melhor defesa para profissionais de tecnologia é o ceticismo — diminua o ritmo das interações, verifique as identidades offline e nunca concorde com nada secreto ou urgente.”
