O parlamentar polonês Grzegorz Braun está sob investigação criminal após alegar que as câmaras de gás de Auschwitz eram "falsas". O diretor do Museu de Auschwitz também apresentará uma queixa, classificando a negação como crime e antissemitismo.
Reuters/Attila Husejnow/SOPA Images
As autoridades polonesas iniciaram uma investigação preliminar sobre o parlamentar de extrema direita Grzegorz Braun após seus comentários inflamados questionando a existência de câmaras de gás no campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau, informou a Associated Press na sexta-feira.
Braun, deputado europeu com histórico de declarações polêmicas, afirmou na quinta-feira que "uma coisa como Auschwitz, com suas câmaras de gás, é infelizmente uma farsa", durante uma entrevista à rádio polonesa Wnet . O repórter teria encerrado a entrevista imediatamente após a declaração.
Os comentários de Braun provocaram uma reação furiosa em toda a Polônia. O primeiro-ministro Donald Tusk denunciou as palavras do parlamentar como "uma vergonha", enfatizando: "Devemos fazer tudo para que ninguém no mundo associe a Polônia a tais pessoas, tais rostos e tais ações".
Piotr Antoni Skiba, porta-voz do Ministério Público de Varsóvia, confirmou que uma investigação preliminar está em andamento para avaliar a possível negação de Braun sobre crimes nazistas, o que é uma infração criminal na Polônia.
Separadamente, Piotr Cywinski, diretor do Museu de Auschwitz, anunciou sua intenção de apresentar uma queixa independente ao Ministério Público. Cywinski declarou inequivocamente que "negar a existência de câmaras de gás não é apenas uma manifestação de antissemitismo e uma ideologia de ódio; na Polônia, também é crime".
Este incidente não é a primeira vez que Braun se envolve em controvérsias antissemitas. Em 2023, ele atraiu atenção internacional por apagar velas de Hanukkah no parlamento polonês com um extintor de incêndio.
Mais tarde, o parlamento polonês votou pela remoção de sua imunidade de acusação após o incidente.
Em abril do ano passado, Braun foi acusado de crimes que incluíam insultar pessoas por motivos religiosos.
Apesar do seu histórico, Braun foi eleito para o Parlamento Europeu nas eleições do ano passado. Ele também concorreu à presidência no início deste ano, obtendo mais de 6% dos votos no primeiro turno.
O campo de Auschwitz-Birkenau, localizado no sul da Polônia sob ocupação alemã durante a Segunda Guerra Mundial, serviu como o principal local de extermínio sistemático do regime nazista. Estima-se que 1,1 milhão de pessoas foram assassinadas lá, a maioria judeus, além de poloneses, ciganos, prisioneiros de guerra soviéticos, homossexuais e outras vítimas.
