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Mísseis falsos, pilotos fantasmas e alertas falsos: a guerra de Israel contra as notícias falsas iranianas

 

De vídeos gerados por IA a alertas falsos e filmagens recicladas, a desinformação está inundando as mídias sociais em meio ao conflito de Israel com o Irã, alimentando o medo, distorcendo a realidade e transformando a percepção pública em uma arma de guerra.

Um ataque terrorista em um abrigo antiaéreo? Uma base da IDF escondida sob um hospital? Um telefonema que guia ataques de mísseis? Um vazamento de gás amônia em Haifa? Um piloto da Força Aérea israelense capturado pelo Irã? Na era digital — e especialmente na era da IA ​​— a guerra não se resume apenas ao poder de fogo, mas também à percepção. E a batalha pela consciência pública às vezes pode ser igualmente prejudicial.

As plataformas online toleram tudo, e a IA avançada de hoje consegue gerar praticamente qualquer coisa — de fotos a vídeos — que pareça totalmente real. O resultado: uma enxurrada de conteúdo manipulado ou totalmente falso, criado digitalmente do zero ou adaptado de eventos não relacionados, com o objetivo de incutir medo, incitar a inquietação ou disseminar uma "verdade alternativa".

"טייסת הקרב שנפלה בשבי"
( Foto: Redes sociais )
Desde o início da guerra com o Irã, as redes sociais têm sido inundadas com esse tipo de conteúdo. Até jornalistas e analistas experientes foram enganados esta semana, compartilhando desinformação flagrante.

As fontes por trás dessas fraudes são muito variadas, desde agentes de inteligência e ciberataques iranianos até atores solitários em todo o mundo, inclusive em Israel. Alguns deles são conhecidos influenciadores de notícias falsas. Em um mundo pós-verdade, acelerado pela era Trump e pela erosão da checagem de fatos, a desinformação se espalha na velocidade da luz.

Com a ajuda da Diretoria Cibernética Nacional de Israel e do grupo de pesquisa israelense FakeReporter, que monitora e investiga supostas campanhas de desinformação, compilamos uma seleção das notícias falsas mais virais da semana passada.

“Evite abrigos”: alertas falsos e mensagens de pânico

Uma mensagem viral enviada a dezenas de milhares de pessoas em Israel esta semana veio na forma de um SMS intitulado OrefAlert, alertando os moradores para ficarem longe de abrigos antiaéreos. A mensagem coincidiu com outra alegação falsa: a de que o fornecimento de combustível estava sendo cortado. A Diretoria Nacional de Cibersegurança, que aumentou seu quadro de funcionários em meio à guerra, rapidamente esclareceu que os alertas eram falsos e tinham como objetivo semear o pânico.


Mas isso foi só o começo. Um vídeo que supostamente mostrava um poderoso ataque com míssil em Tel Aviv, supostamente lançado pelo Irã, foi amplamente compartilhado no X (antigo Twitter), acumulando centenas de milhares de visualizações e milhares de retuítes. Na realidade, era uma filmagem da explosão de uma fábrica de produtos químicos em Tianjin, China, de nove anos atrás.
Outro vídeo viral, compartilhado por uma conta X com quase 300.000 seguidores, afirmava que Israel estava construindo uma base militar sob um hospital. "Eles adoram escudos humanos", dizia a legenda. O vídeo obteve 1,4 milhão de visualizações e 18.000 retuítes. No entanto, a filmagem era de uma reportagem da NBC do ano passado sobre pacientes sendo transferidos para um estacionamento subterrâneo no Hospital Rambam, em Haifa.
Outros visuais gerados ou editados por IA apareceram ao mesmo tempo, incluindo supostas "simulações" mostrando prédios residenciais em Israel escondendo mísseis, F-35s e até, estranhamente, navios de guerra. A implicação? O Irã não estava alvejando civis deliberadamente; os prédios escondiam alvos militares. Essas eram invenções descaradas.

Mensagens falsas do Comando da Frente Interna, vazamentos de gás e ligações telefônicas para guiar mísseis

A enxurrada de desinformação não se limitou aos vídeos. No último sábado, a Direção Nacional de Cibersegurança emitiu um alerta sobre mensagens falsas de WhatsApp e ligações automáticas que se passavam pelo Comando da Frente Interna. Essas mensagens incentivavam os civis a preparar kits de emergência ou visitar sites fraudulentos. O verdadeiro Comando da Frente Interna esclareceu: nunca inicia ligações pessoais e usa apenas seu aplicativo e site oficial para emitir orientações públicas.
Uma mensagem amplamente compartilhada no WhatsApp alertou contra o atendimento de chamadas de números que começam com "000", "099" ou "059", alegando que se tratava de "uma nova operação do Hamas e do Hezbollah" para rastrear sua localização e disparar mísseis contra você. "Você não pode ser geolocalizado a partir de uma chamada recebida", enfatizaram autoridades cibernéticas. O objetivo dessas mensagens é simplesmente alarmar.
Até mesmo a Corporação Elétrica de Israel foi forçada a responder a uma mensagem falsa que alegava que cortes de energia planejados em todo o país eram iminentes. "Não há apagões planejados", esclareceu a empresa em uma publicação formal.
Outra mensagem viral alertou sobre um vazamento de gás amônia em Haifa, após um bombardeio de mísseis ter ferido oito pessoas e danificado prédios. A prefeitura rapidamente desmentiu: “Esta mensagem não é da cidade de Haifa. Não ocorreu nenhum incidente desse tipo. Trata-se de uma tentativa de phishing ou ataque cibernético. Não clique no link em anexo.”

“Piloto capturado” e outras manchetes falsas

A desinformação também tomou a forma de manchetes internacionais fabricadas. Uma alegação viral relatou que o Irã havia abatido um caça F-35 dos EUA e estava procurando o piloto. Uma publicação subsequente afirmou que a piloto, supostamente uma israelense chamada "Sara Achronot" (uma referência ao jornal israelense Yedioth Ahronoth), havia sido capturada. Porta-vozes das Forças de Defesa de Israel (IDF) imediatamente desmentiram a história, e o pesquisador do FakeReporter, Tal Hagin, rastreou as imagens: a explosão da aeronave era de 2024, e a piloto era uma aviadora naval chilena, Daniela Figueroa, fotografada em 2021.
ה"כתבה" על הביצים של ביבי
( Foto: Redes sociais )
Outro vídeo, amplamente compartilhado após um ataque mortal de mísseis em Bat Yam destruir vários prédios, alegava mostrar o momento do impacto. Chegou até a ser transmitido pela televisão — até que os profissionais notaram sinais de alerta: o vídeo foi publicado com uma rapidez incomum, antes mesmo que a maioria dos civis tivesse saído dos abrigos, e apresentava imagens de alta qualidade improváveis ​​de câmeras de segurança. Uma análise mais detalhada revelou viaturas policiais já presentes antes do suposto ataque e mísseis aparecendo repentinamente na tela sem deixar rastros visíveis. O vídeo foi gerado por CI.

“Elite fugindo do Irã” e memes confundidos com a verdade

A desinformação não se limitou às vozes anti-Israel. Notícias falsas também vieram de fontes pró-Israel, incluindo uma manchete adulterada do New York Times que supostamente exibia a manchete: "Três coisas podem ser vistas do espaço — a Grande Muralha da China e os testículos de Netanyahu". Seja como sátira ou apoio ao primeiro-ministro, muitos usuários das redes sociais aceitaram a informação como verdade absoluta.

Um vídeo que enganou até jornalistas israelenses afirmava mostrar elites iranianas fugindo do país em jatos particulares. Não importa que o Irã tenha fechado seu espaço aéreo na época — o vídeo foi publicado originalmente em julho de 2023.
Outra farsa, compartilhada pela conta X, The Persian Jewess, e divulgada por veículos de notícias israelenses, mostrava iranianos "celebrando" ataques israelenses. O FakeReporter rastreou o vídeo até dois anos atrás. Da mesma forma, a ativista de direita Miri Barabi postou um vídeo dramático do que ela alegou ser o aeroporto iraniano em ruínas. Descobriu-se que se tratava de um vídeo reciclado, gerado por IA, há muito desmascarado.

Combater as notícias falsas: uma responsabilidade partilhada

Para ajudar o público a permanecer vigilante, a Diretoria Nacional de Cibersegurança emitiu diretrizes para identificar conteúdo suspeito:
Verifique a fonte: é confiável ou apenas um boato?
Verifique com meios de comunicação confiáveis: a história apareceu em mídias confiáveis?
Examine os recursos visuais cuidadosamente: procure por distorções ou inconsistências.
Fique atento aos sinais de linguagem: uma escrita dramática ou cheia de erros pode indicar uma falsificação.
O FakeReporter também recomenda ceticismo ao se deparar com alegações particularmente sensacionalistas, iradas ou "picantes". Se você não encontrar a verificação em uma busca simples, as chances de ser falsa aumentam significativamente.
Roi Shoshan, chefe de relações públicas do FakeReporter, foi direto: “Essas notícias falsas distorcem a realidade e visam consolidar uma narrativa falsa para fins políticos. Precisamos parar, pensar criticamente e verificar antes de acreditar ou compartilhar. Combater a desinformação exige responsabilidade coletiva — do público, das plataformas sociais e do governo, que deve tratar a esfera digital como um campo de batalha, tanto em tempos de guerra quanto em tempos de paz.”


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