Jerusalém, 16 Mai 2022 (AFP) - Os bispos da Terra Santa acusaram Israel, nesta segunda (16), de ter "faltado ao respeito" para com a Igreja pela intervenção da polícia israelense durante a cerimônia fúnebre da jornalista palestina Shireen Abu Akleh na sexta-feira. Milhares de palestinos compareceram ao cortejo fúnebre da jornalista palestino-americana da rede Al Jazeera.
Ela foi baleada na cabeça na quarta-feira, quando cobria uma operação militar israelense na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967. Os incidentes explodiram quando a polícia tentou dispersar a multidão, depois que o caixão contendo os restos mortais da repórter deixou o Hospital São José,
"A intrusão da polícia e seu uso desproporcional da força (...) é uma grave violação das normas e das regras internacionais, como o direito humano fundamental à liberdade de religião", acrescentou.
Durante o cortejo fúnebre, o caixão da jornalista por pouco não cai no chão, pela pressão da polícia contra os presentes que carregavam o caixão nos ombros, confirmam imagens transmitidas pelas emissoras de televisão locais.
A polícia israelense, que abriu uma investigação sobre a atuação de seus agentes, garante que tiveram de enfrentar a violência dos "desordeiros" presentes na procissão. Após a intervenção policial, a multidão acompanhou o caixão até uma igreja da Cidade Velha.
Lá foi realizada uma missa em homenagem à jornalista, antes de o corpo ser transferido para o cemitério. "O assassinato" da jornalista de 51 anos foi condenado, por unanimidade, no Conselho de Segurança da ONU, que pediu "uma investigação transparente e imparcial".