A agência do governo português que supervisiona questões de nacionalidade lançou um inquérito sobre a cidadania que foi dada ao bilionário russo-israelense Roman Abramovich sob uma lei de 2015 que repatria descendentes de judeus sefarditas expulsos da Península Ibérica durante a Inquisição.
A investigação interna do Instituto de Registros e Notariado (IRN) sobre a alegação de linhagem sefardita de Abramovich, proprietário do Chelsea Football Club, está ocorrendo enquanto políticos e comentaristas acusam que a lei está sendo usada por Abramovich e outros ricos para ganhar a cidadania da UE, informou a Reuters.
Em dezembro, a rádio portuguesa TSF transmitiu e publicou um comunicado do jornalista de investigação Daniel Oliveira, no qual acusava a Comunidade Judaica do Porto de transformar “uma lei justa num 'visto dourado' ao apanhar boleia dos nossos crimes do passado. ”
O ativista português anticorrupção João Batalha acusou Abramovich de fazer parte de uma “máfia do passaporte”.
“Tudo indica que por trás de uma lei bem intencionada se instalou uma máfia de passaportes”, disse Batalha, fundador do escritório português da Transparência Internacional, no Twitter.
Enquanto muitos dos judeus da Rússia são Ashkenazi, e Abramovich é um sobrenome Ashkenazi comum, reportagens não confirmadas da mídia disseram que membros da família de Abramovich que vivem na Bielorrússia têm ascendência sefardita. Depois de fugir da Península Ibérica, alguns judeus sefarditas começaram comunidades na Europa Oriental.
de Anúncios O pedido de cidadania portuguesa de Abramovich foi aprovado em abril de 2021.
O Ministério da Justiça disse aos meios de comunicação social portugueses que o inquérito de cidadania é procedimento padrão quando é descoberta “qualquer possível irregularidade”.
Abramovich “aceita qualquer revisão, pois apenas demonstrará que a cidadania foi obtida de acordo com as regras”, disse um porta-voz de Abramovich.
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