Os prédios do centro da capital americana amanheceram cobertos por tapumes de madeira nesta terça-feira, 3 de novembro.
Não é assim que a capital americana tipicamente se prepara para os pleitos a cada quatro anos. Os tapumes são um símbolo de que os americanos não se veem diante de uma eleição convencional. De acordo com o historiador Bruce Schulman, diretor do Instituto de Política Americana, ligado à Universidade de Boston, essa é possivelmente a disputa presidencial mais tensa pela qual os americanos passaram desde 1864, quando a reeleição de Abraham Lincoln foi confirmada em meio à guerra civil americana, que resultou na morte de 620 mil americanos.
Outra prova disso é o montante de votos dados antecipadamente em 2020: até a noite de segunda-feira (2/11), quase 100 milhões de cidadãos já tinham expressado sua escolha entre o candidato democrata Joe Biden ou o republicano Donald Trump, que concorre à reeleição.
O número é um recorde e equivale a quase 75% do total de votos contabilizados em 2016. Nos EUA, comparecer às urnas não é obrigatório.
Votos contestados na Justiça
Quase 70% dos votos antecipados foram dados pelo correio. A pandemia de covid-19 explica porque tantos eleitores optaram por esse meio para fazer sua escolha. Os EUA vivem sua terceira onda de infecções — com o registro de cerca de 500 mil novos casos apenas na última semana —, e estão na liderança dos países com mais mortes em números absolutos, superando a marca das 230 mil vítimas fatais.
Nos últimos meses, o sistema eleitoral por carta se tornou alvo de duras críticas do presidente Donald Trump que, em desvantagem de cerca de nove pontos percentuais nas pesquisas nacionais, tem dito que a votação via correio abre brechas para fraudes. Em meio aos questionamentos, Trump deu sinais de que não estaria disposto a aceitar rapidamente uma eventual derrota. "Queremos ter certeza de que a eleição será limpa, e eu não tenho certeza de que ela será", afirmou Trump a repórteres no fim de setembro.
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