A justiça israelense vai decidir em setembro sobre a extradição de Malka Leifer, suspeita de ter cometido abusos sexuais de menores na Austrália, informou hoje uma porta-voz do tribunal que aprecia o caso.

A justiça israelense concluiu, em maio, que Leifer, acusada de dezenas de agressões contra meninas menores de idade, estudantes de uma escola judaica ortodoxa que administrava em Melbourne, na Austrália, estava mentalmente apta a ser julgada, abrindo assim o caminho para extradição.
A imprensa australiana afirma que Leifer é suspeita de 74 agressões contra menores, mas os advogados afirmam que há apenas três queixas restantes.
A antiga administradora fugiu para a Austrália há 12 anos, depois de uma antiga estudante ter apresentado queixa contra a mesma. De acordo com os relatos de imprensa israelitas, Malka Leifer viveu na comuna judaica de Immanuel, na parte da Cisjordânia ocupada por Israel.
A suspeita não esteve hoje presente em tribunal durante a audiência, mas assistiu à mesma através de videoconferência, segundo um porta-voz do tribunal.
Leifer negou a culpa em várias audiências de extradição nos tribunais israelitas, a primeira tendo ocorrido em 2014.
Em 2016, foi declarada inapta para julgamento e hospitalizada. Porém, a polícia localizou-a e filmou-a às compras e a depositar um cheque no banco para provar que estava a fingir essa inaptidão, de forma a evitar o julgamento.
Essas novas revelações levaram à sua detenção, dois anos depois, por "obstrução à justiça" e favoreceram novos procedimentos legais para estabelecer a capacidade de ser julgada.
No domingo, a Tribunal Supremo de Israel negou o apelo dos advogados da suspeita, dizendo que o processo legal em andamento ainda é válido.