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Piloto israelense recorda operação de há 39 anos que destruiu reator nuclear iraquiano

Piloto israelense recorda operação de há 39 anos que destruiu reator nuclear iraquiano Para o piloto principal da missão, Israel tinha de destruir o reator nuclear iraquiano antes que fosse acionado. Mas a chave para o Oriente Médio está na paz, não na guerra, defende.

Na manhã da missão, em 7 de junho de 1981, antes de decolar no jato F-16 de fabrico norte-americano que bombardearia Osirak, o reator nuclear iraquiano, o piloto Zeev Raz não sentiu medo. Sentiu, isso sim, a enorme responsabilidade que recaía sobre seus ombros.


"Havia muita tensão. Quando você é o piloto principal, é totalmente diferente. Você não pensa em sua vida ou na família que está deixando para trás. Tudo em que você se concentra é na logística e no alvo", afirmou Zeev Raz.

Localizado a mil quilômetros de Israel e a 17 quilômetros a sudeste de Bagdá, Osirak era considerado uma séria ameaça para Israel, cuja liderança suspeitava que as armas de destruição em massa ali em desenvolvimento seriam usadas contra o Estado judaico.

O Iraque negava as acusações, garantindo que a instalação tinha unicamente fins pacíficos.


Missão impossível?


Mas chegar ao local com oito jatos de fabrico norte-americano, cada um carregando duas bombas de uma tonelada, não era uma tarefa nada fácil.
Raz e a sua equipe de sete pilotos tiveram que superar uma série de dificuldades antes de chegar ao destino, a começar por sérias dúvidas sobre se o combustível seria suficiente para ir e vir.

Quando, em 1981, o então premiê israelense Menachem Begin tomou a decisão de atacar, Israel não estava ainda apto a reabastecer em voo, o que só viria a acontecer um ano depois.


Tampouco podiam parar no caminho para Bagdá, pois a rota passava por países que não tinham relações diplomáticas com Tel Aviv.

Contudo, adiar a operação não era uma opção, por o reator estar quase a entrar em funcionamento. Caso isso acontecesse, a repercussão do bombardeio seria devastadora para o meio ambiente e causaria enormes perdas humanas.


"É por isso que precisávamos aproveitar a oportunidade e atacar", lembrou Raz, acrescentando que estava convicto de que encontrariam na ida ou na vinda muitos jatos iraquianos.


Voo tranquilo
Piloto israelense recorda operação de há 39 anos que destruiu reator nuclear iraquianoApesar de o ataque ter sido realizado em meio à violenta guerra Irã-Iraque, que pressuporia um alto nível de alerta entre os iraquianos, seu sistema de defesa aérea deixava muito a desejar, não tendo os F-16 se deparado com qualquer oposição.
Nem mesmo o fato do reator já ter sido atacado um ano antes pelos iranianos fez Bagdá aumentar a segurança em torno da instalação, uma falha explorada pelos israelenses.

"Eles simplesmente não estavam prontos, o que foi espantoso. Eu estava convicto de que eles nos interceptariam 15 minutos antes da operação ou certamente na nossa saída", relatou Raz, cujos comandantes deram instruções e dinheiro iraquiano para que os pilotos pudessem se ejetar e sobreviver caso seus jatos fossem abatidos.

A operação foi bem sucedida, graças aos bons dados de inteligência, aliados a meses de excelente treinamento e meticulosos preparativos e cálculos, confidenciou Raz.

Ataque valeu a pena?


A operação seria alvo de condenação internacional, quer pelo fiel aliado EUA, quer pela ONU, que aprovou uma resolução contra Tel Aviv, criticando Israel pelo ataque, o assassinato de dez soldados iraquianos e um civil francês.

A missão acabaria igualmente por minar as relações bilaterais de Israel com a França, que tinha construído o reator iraquiano, e atraiu igualmente críticas da imprensa internacional.

O Iraque nunca viria a reconstruir o reator e, em 2010, equacionou processar Israel pelas perdas sofridas em resultado da operação.

Piloto israelense recorda operação de há 39 anos que destruiu reator nuclear iraquianoA importância da missão também reside no fato de ter sido a primeira vez que legisladores israelenses autorizaram uma tal operação, criando um precedente para futuros governos.

Raz acredita que a solução para o Oriente Médio não passa pela guerra mas sim pela paz, "como fizemos em 1979 e 1994", se referindo aos acordos de paz com o Egito e a Jordânia.


Contudo, acha que "as consequências de não bombardear aquele reator poderiam ter sido terríveis para Israel", concluiu.




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