
Em uma pequena sala repleta de computadores, T., de 20 anos, um membro da Yahalom, ou Diamond – a unidade de operações especiais do corpo de engenharia de combate do exército – simula um avanço ao longo da passagem estreita. Sua cabeça balança de um lado para o outro e para cima e para baixo, enquanto suas mãos sondam paredes invisíveis para o espectador.
“Vemos tudo, até gotas d’água caindo”, diz o soldado, que não pode ser identificado por razões de segurança. “Eu realmente sinto que estou lá. Sinto a umidade, a sensação de ser sufocado”.
O headset exibe todos os detalhes do túnel virtual – uma reconstrução de uma das várias infiltrações subterrâneas descobertas pelo exército – permitindo que os instrutores guiem T. em tempo real.
“A tecnologia é uma parte essencial da luta, o que justifica investimentos pesados”, diz H., comandante do centro de treinamento de Yahalom em uma base militar no centro de Israel. Enquanto a realidade virtual busque colocar a pessoa em um mundo simulado, a realidade aumentada permite que elementos sejam adicionados em um ambiente do mundo real. Ambas visam proporcionar uma experiência multissensorial.
Os soldados podem experimentar cenários em que existem obstáculos como buracos, cabos ou dispositivos explosivos e simular os movimentos das mãos de que necessitam para desarmar uma bomba real. “Existem elementos que podemos enfrentar em um túnel que são difíceis de reproduzir”, como a umidade, diz o comandante, mas a técnica serve como uma boa introdução ao assunto. “Não é muito agradável estar a dezenas de metros de profundidade, isolado do mundo”, diz T. “Tudo o que pode ajudá-lo a se preparar é importante”.
Não muito longe da “sala de realidade virtual” existe um modelo físico de um túnel do Hamas, onde os soldados podem realizar exercícios de combate, aperfeiçoando o que aprenderam através da realidade virtual.