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Rosh Hashaná e os três pilares do universo

     

Rosh Hashaná e os três pilares do universoRosh Hashaná e os Três Pilares do Universo

O Pirkei Avot, livro sagrado de sabedoria e ética judaicas, ensina que o mundo se mantém sobre três pilares: Torá, Avodá e Guemilut Chassadim. Esse ensinamento é um dos temas principais de Rosh Hashaná.
Teshuvá é sinônimo de Torá. Éo retorno a D’us por meio do cumprimento de Sua Vontade, a dizer, a Torá. Ensina-nos o Pirkei Avot que um dos pilares do Universo é a Torá e seu estudo, que nos leva à Teshuvá – ao cumprimento de seus mandamentos. Tefilá ou oração é outro nome para Avodá – o serviço Divino. Como ensina o Talmud, a oração é o serviço do coração. Na ausência do Templo Sagrado de Jerusalém, as preces tomaram o lugar dos serviços que lá eram realizados, particularmente os sacrifícios.
Tzedaká, palavra frequentemente traduzida como caridade, é um sinônimo de Guemilut Chassadim – a prática de atos de bondade. Em geral, o ato mais simples de caridade é dar dinheiro aos necessitados. No entanto, a prática de Guemilut Chassadim é um mandamento mais abrangente do que a Tzedaká, pois se podem realizar atos de bondade com qualquer pessoa, e não apenas com os pobres, e há várias maneiras de fazê-lo: visitando doentes, convidando alguém para vir à sua casa, oferecendo bons conselhos e ajudando a erguer a moral de quem está desanimado. Já a Tzedaká limita-se, em geral, à assistência financeira.
Não basta que o judeu viva como um profeta – fazendo atos de bondade e lutando pela justiça. O judeu que assim age é um bom ser humano – como qualquer outro, independentemente de nacionalidade ou religião, que realiza atos de bondade – mas ele não é, necessariamente, um bom judeu. Bondade e generosidade não são domínio exclusivo do judaísmo. Além disso, buscar a justiça e a generosidade destituídas de sabedoria pode levar a erros tolos e graves. Na vida, não basta ser bom. É preciso, também, ser sábio. Por outro lado, um sábio que seja cruel, injusto ou insensível, profana sua sabedoria. A sabedoria deve levar à bondade e esta deve seguir o caminho da sabedoria. Portanto, até o mais generoso dos judeus deve dedicar parte de seu tempo a estudar a sabedoria Divina – estudar o que significa ser judeu, estudar o judaísmo, aprender sobre D’us e sobre o que Ele espera de cada um de nós.
Além de adquirir sabedoria e conhecimento e praticar a bondade e a justiça, o judeu deve também realizar atos de santidade. Estudar a Torá e realizar muita Guemilut Chassadim não substituem a colocação de Tefilin ou o cumprimento dos outros mandamentos da Torá. Ser uma nação de sacerdotes e um povo santificado significa viver de acordo com as Leis de D’us: fazendo o que Ele nos pede e não fazendo o que Ele nos proibiu de fazer. O judaísmo nos ensina que o bem e o mal são fatos objetivos, não normas de nossa própria imaginação. É D’us, não o homem, quem determina o que é certo e o que é errado, próprio e impróprio, sagrado e profano.
Há uma ética de santidade no mundo de D’us e esta consiste em fazer distinções, manter as fronteiras, honrar a ordem e restaurá-la quando for violada. Há boas ações e más ações; mitzvot e pecados. Até o estudo da Torá e a Tzedaká não conseguem ofuscar essa realidade.
O judeu que é generoso e justo e que frequenta aulas de Torá na sinagoga, mas ignora os demais mandamentos do judaísmo, não está alcançando seu potencial completo. Dois dos três pilares de sua vida podem ser fortes, mas se um faltar, seu judaísmo está carente. Evidentemente, todos nós temos nossos pontos fortes e fracos. Para algumas pessoas, mesmo dois pilares são mais fáceis de atingir do que um terceiro. Contudo, todos nós devemos empenhar-nos em fortalecer todos os três pilares em nossa vida pessoal, que, por sua vez, irão fortalecer os pilares do mundo.
No início de Elul, o mês que precede Rosh Hashaná, todo judeu deve fazer um Cheshbon HaNefesh: uma avaliação espiritual do ano que transcorreu. Muitas pessoas se concentram em pormenores – pequenos incidentes que ocorreram ao longo do ano – e não avaliam a sua vida como um todo. Muitos também fazem o erro de se comparar a outros, e dependendo contra quem eles se comparam, podem sentir-se complacentes ou desanimados. Conduzir um verdadeiro Cheshbon HaNefesh significa fazer uma auto-avaliação honesta, de acordo com seu potencial. Considerando minha capacidade intelectual e o tempo disponível, estudei Torá e adquiri tanto de sabedoria quanto poderia ter feito? Considerando meus recursos financeiros e minha influência, fui generoso e justo como podia ter sido? Considerando meus conhecimentos sobre o judaísmo, cumpri seus mandamentos da melhor forma possível?
Todos os judeus devem fazer-se essas perguntas, especialmente no mês de Elul e durante o período de Julgamento Divino, que se inicia em Rosh Hashaná e termina em Hoshaná Rabá. Independentemente de suas respostas a tais perguntas, todos devem decidir ter um melhor desempenho no próximo ano, pois em se tratando de sabedoria, bondade e santidade, sempre podemos e devemos melhorar.
Em Rosh Hashaná, D’us conclama todos os judeus à sinagoga para prestar contas do ano que termina. O destino do mundo depende de cada um de nós. Devemos, cada um de nós, aproximar-nos de D’us, em Rosh Hashaná, com um relatório positivo, dizendo que no ano que findou esforçamo-nos para fortalecer os três pilares do Universo, e que, portanto, nós, o Povo Judeu, e o mundo inteiro, merecemos não somente um outro ano de vida, mas que seja um ano de paz e plenitude. Mas isso ainda não é suficiente. Devemos também assumir a responsabilidade de que no ano que se inicia em Rosh Hashaná desempenharemos nossa missão no mundo com mais força e afinco do que em anos passados.
Bibliografia: Morashá/Rabbi Sacks, Jonathan, Leviticus:The Book of Holiness (Covenant & Conversation 3) – The Toby Press



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