Assimilação judaica nos EUA é 'como um segundo Holocausto', afirma ministro israelense
O casamento entre os judeus da diáspora - particularmente aqueles na América do Norte - é "como um segundo Holocausto", declarou o ministro da Educação de Israel, Rafi Peretz, em uma reunião de gabinete, unindo grande parte dessa diáspora em ofensa chocante.
A comunidade judaica "perdeu 6 milhões de pessoas" nos últimos 70 anos por causa do casamento e assimilação, Peretz disse em uma reunião do gabinete sobre as tendências das comunidades judaicas em todo o mundo, particularmente nos EUA. Seu porta-voz confirmou a declaração ao canal israelense 13.
Judeus americanos, sem surpresa, ficaram indignados. O diretor-executivo da Liga Anti-Difamação (ADL), Jonathan Greenblatt, chamou as observações de "inconcebíveis" em um tweet, acrescentando que "esse tipo de comparação sem base faz pouco além de inflamar e ofender".
A ADL twittou uma resposta adicional em hebraico, culpando a afirmação de Peretz por "adicionar à tensão já existente entre Israel e os judeus dos EUA" e implorando a ele que "envolva-se em um diálogo respeitoso".
"O governo de Israel tem a responsabilidade moral de manter e melhorar as relações do país com os judeus da diáspora em geral, e com a comunidade judaica americana em particular", comentou Jay Ruderman, presidente da Ruderman Family Foundation, uma organização judaica que defende pessoas com deficiências.
E os colegas ministros de Peretz - alguns deles, pelo menos - tiveram uma visão obscura do comentário. "Primeiro precisamos parar de desconsiderar e desprezar os judeus na América que se veem como judeus não apenas religiosamente, mas ainda mais cultural e historicamente", argumentou o ministro da Energia, Yuval Steinitz.
Mas o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu compartilhou o alarde de Peretz sobre as tendências demográficas, alegando que os judeus dos EUA estão abandonando as tradições judaicas em uma tendência que não é facilmente revertida.
O apoio a Israel entre os judeus americanos vem declinando há anos, e os comentários de Peretz - longe de serem os primeiros a comparar a assimilação ao Holocausto - dificilmente curarão a ruptura.