Em manifestação na fronteira entre Gaza e Israel na sexta-feira (12), ele afirmou: "Nossa paciência acabou. Estamos à beira de explodir. Se este cerco não for desfeito, seremos capazes de explodir diante de nossos inimigos, com a permissão e a glória de Deus", disse Hammad, referindo-se às restrições israelenses à circulação de pessoas e de bens entre Israel e Gaza. "A explosão não será apenas em Gaza, mas também no Ocidente". "Mas nossos irmãos (da diáspora) ainda estão se preparando. Eles estão se aquecendo. Todos vocês - 7 milhões de palestinos no exterior - convivem com judeus em todos os lugares e podemos atacá-los em todo o mundo, matando-os. Chega de aquecimento", acrescentou Hammad.
A declaração chocou, inclusive, líderes árabes. Nikolay Mladenov, coordenador especial das Nações Unidas para o processo de paz no Oriente Médio, advertiu: "Uma declaração perigosa, repugnante e de incentivo à violência! Deve ser claramente condenada por todos. Não pode haver complacência com essa retórica. Nunca!", disse ele em tuíte nesta segunda-feira.
O secretário-geral do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina, Saeb Erekat, considerou "repugnantes" os comentários do líder do Hamas Fathi Hammad. O alto funcionário da OLP, que usa livros que demonizam os judeus em suas escolas, disse que os comentários de Fathi Hammad lhe causaram "ânsia de vômito". "Os valores da causa palestina incluem amor à liberdade, justiça e igualdade. A declaração repugnante do líder do Hamas, Fathi Hammad, sobre os judeus não representa nenhum desses valores", disse Erekat nesta segunda-feira. "A religião não deve ser usada para fins políticos", destacou, enquanto outros líderes palestinos se distanciaram das declarações.