Entre os que assinaram o documento estão Simon Schama (foto), Howard Jacobson, Tracy Ann Oberman, Simon Sebag Montefiore, Julia Neuberger e Neil Blair. Eles afirmam que a forma como o partido vem tratando casos de antissemitismo representa uma "vergonha histórica, uma mancha no movimento trabalhista britânico".
No documento, o grupo cita a investigação, feita em 2010, do partido pela Comissão de Igualdade e Direitos Humanos (EHRC) e afirma: "Está claro que não se trata apenas de Jeremy Corbyn, mas de toda a liderança de uma facção que assumiu o controle do Partido Trabalhista". "A confiança entre o Partido Trabalhista, sob a liderança de Corbyn, e os judeus britânicos foi rompida de uma forma irreparável".
O grupo também cita o programa Panorama, da BBC, que, na semana passada, divulgou entrevistas com membros do trabalhismo que deixaram o partido denunciando a complacência da liderança com casos de antissemitismo.
O documento destaca ainda a falta de empenho da liderança trabalhista para investigar denúncias de antissemitismo no partido. "Corrigir erros não parece ser prioridade no partido. A liderança trabalhista está determinada a ser inocente, rejeitando as denúncias e culpando o mensageiro".
"Os denunciantes seriam heróis em qualquer outro partido, mas, para os trabalhistas, eles são traidores. E, por conseguinte, há normas duplas (de conduta) lamentáveis, em que se apoiam denúncias em outros locais, mas não na sua própria casa", diz a carta.
Um porta-voz do Partido Trabalhista afirmou: "Como já dissemos em outras ocasiões, o Partido Trabalhista investigará todas as denúncias sobre incidentes antissemitas relatados por membros em entrevista dada no programa (da BBC)".
"Os trabalhistas se solidarizam com o povo judeu e estão totalmente comprometidos com o apoio, defesa e celebração da comunidade judaica e suas instituições".
Os trabalhistas também pediram à BBC para remover o documentário publicado na quarta-feira em seu serviço iPlayer.
Os trabalhistas disseram no domingo que o documentário foi "muito parcial e impreciso" e que deveria ser "removido do BBC iPlayer".
A BBC defendeu o programa e seu repórter, John Ware.