"Nós quadruplicamos a taxa de enriquecimento e a aumentamos ainda mais recentemente, então o estoque deverá ultrapassar o limite de 300 quilos em 10 dias", disse Kamalvandi em entrevista coletiva transmitida pela TV a partir da usina nuclear de Arak. "Ainda há tempo se os países europeus agirem. Se eles cumprirem seu compromisso, as coisas voltarão à situação original", advertiu.
O presidente do Irã, Hassan Rouhani, já havia advertido no início de maio que os europeus teriam 60 dias para dar garantias a Teerã sobre os benefícios decorrentes do tratado nuclear; caso isso não ocorresse, disse na ocasião, o país começaria a se afastar dos termos do acordo.
No acordo de 2015, o Irã se comprometeu a não produzir a bomba atômica, em troca de benefícios econômicos que esperava obter com o fim das sanções então vigentes da ONU, da União Europeia e dos EUA. As sanções europeias e as impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas foram suspensas, mas, dado o poder do dólar e do sistema financeiro americano, a volta das sanções de Washington acabou atingindo o comércio e os investimentos no Irã de empresas de outros países, incluindo as europeias.
Além disso, o governo de Donald Trump afirma estar empenhado em reduzir a zero as exportações de petróleo iranianas, punindo os países que comprarem o produto de Teerã. Com isso, as exportações iranianas caíram de 2,5 milhões de barris por dia em abril de 2018 para 400 mil barris por dia em maio deste ano.