Dentre os discípulos o Rabi Akiva, o mais proeminente místico foi o Rabi Shimon bar Iochai, mais conhecido como o autor do Zôhar. Embora o Rabi Shimon obviamente tenha recebido boa parte da tradição mística do Rabi Akiva, ele não foi considerado seu principal discípulo nesta área. Esta honra foi reservada para um colega do Rabi Shimon: o Rabi Chanania ben Chanichai. Entretanto, uma nova escola foi desenvolvida pelo Rabi Shimon.
O relato dos treze anos que o Rabi Shimon ficou numa caverna com seu filho, escondendo-se dos oficiais romanos, é bem conhecido. O Rabi Shimon havia criticado os romanos e foi sentenciado à morte, escapando por pouco para esta caverna. Durante sua estada lá, o Rabi Shimon empenhou-se em meditações esotéricas e orações, até se tornar digno de uma revelação mística do profeta Elias. Este ensinou-lhe os mais profundos mistérios, os quais vieram mais tarde a fazer parte do corpo central do Zôhar.
Embora os manuscritos incluíssem duas dúzias de textos, eles foram considerados como um único corpo de literatura. Histórias começaram a ser contadas sobre como estes manuscritos tinham sido escondidos em uma caverna durante mil anos e desenterrados por um rei árabe e enviados a Toledo. Outros diziam que o Ramban (Rabi Moshe ben Nachman, 1194-1270) os tinha enviado através de navio para seu filho, mas o navio tinha sido desviado e eles terminaram nas mãos do Rabino Moshe de León.
Também havia alguns rumores de que o próprio Rabino Moshe tinha escrito estes livros, usando poderes místicos derivados do “Nome de Escrever”.
Extraído de MEDITAÇÃO E CABALÁ, de Aryeh Kaplan, Editora Sêfer