Em busca de um quarto mandato como primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, defende a parceria feita com partido de extrema direita, apesar das críticas internas, do lobby judaico americano AIPAC, do AJC e da Federação Sionista da Austrália.
No início da semana passada, seu partido Likud formou aliança com grupo que inclui membros do movimento Otzma Yehudit (Poder Judeu). Otzma Yehudit abraça as ideias do falecido rabino Meir Kahane, que queria uma teocracia judaica e defendia a expulsão de palestinos. Em 1997, Washington classificou seu movimento Kach como um grupo extremista.
Na sexta-feira, o Comitê de Assuntos Públicos EUA-Israel (AIPAC, na sigla em inglês) retuitou comentário feito pelo Comitê Judaico Americano (AJC) um dia antes, criticando a aliança do Likud com o partido de extrema-direita, e classificando suas ideias como "repreensíveis".
"O Comitê Judaico Americano (AJC) normalmente não faz comentários sobre partidos políticos e candidatos durante uma eleição", disse o comunicado. "Mas diante do anúncio de que Otzma Yehudit, um novo partido político formado por antigos seguidores do falecido rabino Meir Kahane, está agora buscando a eleição para o Knesset, nos sentimos compelidos a falar". "Eles não refletem os valores centrais que são a base do Estado de Israel. O partido poderia ganhar votos suficientes para entrar no próximo Knesset, e potencialmente até se tornar parte da coalizão governista", acrescentou o comunicado.
Netanyahu tuitou no sábado que as críticas, inclusive de organizações judaicas nos EUA, eram marcadas por "duplos padrões". Ele acusou críticos esquerdistas em Israel de já terem agido "para colocar extremistas islâmicos no Knesset" com o objetivo de enfraquecer a direita.
Membros do Otzma Yehudit reagiram às críticas afirmando: "Eles não moram aqui e nos criticam, como se estivessem no Monte Olimpo", disse o co-fundador da Otzma Yehudit, Michael Ben-Ari, segundo o Jerusalem Post.
"Pedimos aos membros do AIPAC que façam a coisa certa e voltem para Israel antes de se envolverem em eleições. Quando aqui chegarem, eles poderão opinar e ser parceiros nas decisões importantes dos que vivem em Israel, e ficaremos felizes por eles participarem de decisões junto com os cidadãos de Israel", disse Ben-Ari.