
Muito é discutido sobre a importância de excelência acadêmica para a formação de um ecossistema empreendedor maduro. Israel, que tem como apelido “startup nation” e tem mais startups per capita do que qualquer outro país no planeta, não teria esse status se não fossem os centros acadêmicos TAU (Tel Aviv University), Technion (a MIT de Israel) e o venerado Instituto Weizmann de Ciência.
A missão StartSe em Israel foi recebida pelo professor Israel Bar-Joseph, Vice-presidente de desenvolvimento de recursos do departamento de matéria física condensada do Instituto de Ciencia Weizmann. Também conversamos com uma pesquisadora fazendo sua PhD e com Mr Meir Fast, CFO do Yeda Research & Development, que lidera o braço de transferência de tecnologia do instituto. Basicamente, o que Mr Fast faz é captar investidores para transformar as pesquisas em produtos e repassar royalties das vendas para o instituto Weizmann.
Eles aprofundaram na importância da pesquisa avançada para a criação de um ecossistema empreendedor e elaboraram na cultura que permite o Instituto Weizmann ser o principal instituto de pesquisa no mundo fora dos Estados Unidos, na frente de instituições como Stanford e Caltech de acordo com o index de inovação da conceituada revista Nature. Acredito que o que eles nos ensinaram pode ser aplicado no seu dia-a-dia e mudar a maneira como você lida com os seus projetos. Mas, antes de compartilhar estes ensinamentos, vou contar-lhes alguns destaques do Instituto Weizmann:
- Instituição de pesquisa que mais arrecadou dinheiro no mundo em royalties (cerca de US$2.5 bilhões nos últimos seis anos em royalties de drogas desenvolvidas no Instituto).
- Orçamento de cerca de US$ 500 milhões por ano.
- De acordo com ranking recente internacional, entre as 25 drogas blockbusters (“arrasa quarteirões”) que arrecadaram mais de U$ 1 bilhão em royalties, 7 eram afiliadas com o instituto.
- Possui mais de 2 mil famílias de patentes.
- Distribui mais de US$100 milhões em grants (fundos não reembolsáveis para promover pesquisa) por ano.
De acordo com o professor Israel, o foco do Instituto que permite estes resultados estrondosos é identificar pessoas extremamente talentosas. O professor explica sobre a gestão “bottom-up”, da visão a longo prazo e da estruturação de um ambiente apropriado para o desenvolvimento de grandes projetos.
“Vocês são brasileiros e devem gostar de futebol. Vou usar um exemplo do seu mundo para te falar como pensamos na gestão de pessoas aqui no Instituto. Há dois principais modelos distintos das melhores equipes do mundo: um é o do Real Madrid, que paga caro e compra os melhores jogadores do mundo depois de eles provarem que são craques vestindo outras camisetas. O modelo oposto é o do Barcelona, que pega o talento bruto e jovem, antes mesmo de ser profissional e o coloca em um grupo estrelar. Demora mais para dar resultado, mas nós gostamos de jogar assim e estamos vencendo. O nosso problema é quando a Google ou outros grandes centros querem pagar peso de ouro para contratar nossos craques. Nós ficamos felizes por eles e pelo seu sucesso, mas lutamos para mantê-los por aqui”, completou Israel.
Confira o relato completo do professor no site da StartSe.