Miri Regev afirmou que "Foxtrot" era um insulto aos militares e ao exército nacional.
Ela afirmou que não assistiu ao filme, mas estava preocupada com a imagem passada sobre o exército.
A ministra da Cultura israelense, Miri Regev, celebrou o fracasso de "Foxtrot", o candidato de seu país na disputa pelo Oscar de melhor filme estrangeiro, classificando-o como um insulto aos militares. O longa dirigido por Samuel Maoz não foi um dos cinco selecionados pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood para a categoria, que terá entre os finalistas "Uma Mulher Fantástica" (Chile), "O Insulto" (Líbano), "Loveless" (Rússia), "Corpo e Alma" (Hungria), e "The Square - Arte da Discórdia " (Suécia). "Acho que a decisão nos salvou de uma amarga decepção e impediu uma falsa representação mundial do exército israelense ", disse a política na terça-feira à noite.
A obra conta a história de Michael e Dafna, um casal que experimenta a dor do luto quando oficiais do exército se apresentam em sua casa para anunciar a morte de seu filho Jonathan. Michael fica cada vez mais frustrado com o extremo zelo com o qual é tratado pelos militares. Enquanto sua esposa descansa, ele embarca numa jornada para desvender as verdadeiras circunstâncias do óbito do primogênito, apenas para experimentar reviravoltas insondáveis da vida. O longa trata de temas como acobertamento do assassinato de jovens árabes e conquistou o prêmio do Grande Júri no Festival de Cinema de Veneza. E também a revolta de Miri.
Ela reconhece não ter assistido "Foxtrot" e diz que sua ira não é baseada em critérios artísticos, mas na imagem de Israel no exterior. "Um filme que mostra os soldados do exército israelense de forma enganadora, como assassinos, e prejudica o bom nome das Forças de Defesa de Israel não é adequado para representar nosso país, afirmou a ministra, que é integrante do Likud, partido conservador que governa o Estado e é acusado pela esquerda de cortar subsídios às instituições culturais consideradas "não leais".
Miri não foi convidada para o Ophir Awards - a versão de Israel do Oscar -, em setembro do ano passado, onde "Foxtrot" ganhou o prêmio de melhor filme. Em vez disso, ela apareceu ao vivo na página do Facebook para criticar a obra e os membros da Academia de Cinema e Televisão de Israel. Já no inicio desta semana, ela causou polêmica ao compartilhar um vídeo ao lado de apoiantes do clube de futebol Beitar Jerusalem em um jogo contra uma equipe árabe, onde os torcedores supostamente estavam cantando "queimem suas aldeias". Beitar, a única equipe da liga israelense que nunca teve um jogador árabe ou muçulmano, é conhecida por seus cânticos anti-árabes e pelos fãs ultra-nacionalistas.