
No espetáculo "A besta imunda", apresentado em 2014, o comediante, disfarçado de detido de Guantánamo, discutiu o papel atribuído aos judeus no tráfico de escravos e ironizou o genocídio cometido pelos nazis.
"Estas são pessoas que têm alguma habilidade no adestramento dos negros, o tráfico de escravos era uma especialidade judaica no início", declarou.
"Isso contrasta com a imagem que nos ensinaram na escola, no infantário, no berçário, do judeu eternamente vítima, vestindo pijamas (...)", disse.
O Tribunal de Recurso confirmou hoje o julgamento do Tribunal Correcional de Paris, que o havia declarado culpado em maio de 2016 dos crimes de injúria racial e de instigar o ódio.
Dieudonné M'bala M'bala, de 51 anos, foi condenado a dois meses de prisão com pena suspensa e ao pagamento de uma multa de 10.000 euros, além de pagar 2.500 euros a cada parte civil, incluindo a SOS Racismo e a Liga Internacional contra o Racismo e o Antissemitismo (LICRA).
Esta decisão acontece depois de, noutro caso, o Tribunal de Recurso ter ordenado a expulsão do humorista do teatro Main d´ Or, pedido pelos proprietários da sala.
A Justiça também condenou a sociedade de Dieudonné, Bonnie Productions, detentora do aluguer do teatro, a pagar 280.660 euros de rendas em atraso, disse à agência de notícias francesa France Presse (AFP) o advogado dos proprietários, Dominique Cohen Trumer.
A advogada de Dieudonné, Isabelle Coutant-Peyre, disse à AFP que estava a considerar interpor um recurso de suspensão.
Dieudonné foi condenado várias vezes por difamação, insulto e incitamento ao ódio e à discriminação racial.