O governo de Israel ameaçou esta quarta-feira os organizadores da Volta a Itália de cancelar o acordo para acolher o arranque da 101.ª edição, depois de, durante a apresentação do percurso, estes terem dito que a prova iria partir de Jerusalém Ocidental.
"Em Jerusalém, capital de Israel, não há este ou oeste. Há uma única Jerusalém unificada", frisaram os ministros israelenses do Desporto, Miri Regev, e do Turismo, Yariv Levin, num comunicado conjunto.
Ambos acusaram os organizadores do Giro de ter "quebrado os acordos com o governo israelita" durante a apresentação do percurso da 101.ª edição, que aconteceu em Milão.
"Se a denominação escrita [na indicação do percurso] não mudar, o governo israelita não será parceiro deste evento", asseveraram os ministros.
Pela primeira vez na sua história, a Volta a Itália vai iniciar-se fora da Europa, com o arranque a ser dado, a 4 de maio, por um curto contrarrelógio na zona oeste de Jerusalém, em redor dos lugares mais simbólicos da cidade.
A parte Oriental, a parte palestina da cidade, foi ocupada após da Guerra de 1967 e foi anexada em 1980 pelo Estado israelense, que proclamou a cidade como a sua capital indivisível. A anexação de Jerusalém Oriental não é reconhecida pela Organização das Nações Unidas.