O Klu Klux Klan da Florida tem distribuído folhetos no
norte e centro do Estado. “
Qualquer macaco que for apanhado olhando para uma moça
branca será espancado com bastões – é uma promessa”. As autoridades norte
americanas estão investigando o assunto como “distribuição de literatura” que,
“em si mesmo, não é um crime”.
A descoberta de folhetos com mensagens de ódio e racistas e
ameaças contra cidadãos negros e judeus está a ser investigada pela polícia da
Florida.
DE esta não é a primeira vez que são distribuídos estes
folhetos, mas o que os distingue é a violência das ameaças, que tem escalado.
Num dos folhetos pode se ler um “aviso a todos os pretos“:
“Qualquer macaco que for apanhado olhando para uma moça branca será espancado
com bastões e as vossas mães não vão receber mais bananas – é uma promessa!”.
E os judeus também não ficam fora dos alvos de ódio do grupo
extremista: “Quem luta contra o Judeu, luta contra o Diabo“. A
frase remete para a II Guerra Mundial, sendo da autoria de Julius Streitcher,
um dos responsáveis pela propaganda nazista antes e durante a Guerra e fundador
do jornal “Der Stürmer”.
Os folhetos foram encontrados na zona de East Arlington, em
Jacksonville, distribuídos em várias ruas dos bairros em frente à porta de cada
moradia e a autoria é reclamada pelos Loyal White Knights, o maior
dos vários grupos independentes espalhados pelos Estados Unidos da América que
representam a 3ª vaga do Klu Klux Klan.
As autoridades norte americanas disseram estar a investigar
o caso, mas não acreditam haver indícios de crime: “Se não houver crime,
aproveitamos a oportunidade para explicar aos queixosos que a distribuição de
literatura, independentemente do grau de ofensa que tem para algumas
pessoas, não é em si mesmo, um crime“.
Outros folhetos foram encontrados durante o fim de semana,
no mesmo Estado, mas desta vez com o objetivo de recrutar. Dentro
de um pacote de rebuçado atirado para o chão perto de Orlando no centro de
Florida, lia-se “Acabem com a SIDA, apoiem a perseguição de gays”.
Jame Spears, um dos líderes do grupo, disse que o objetivo
era recrutar novos membros e “fazer saber os brancos que o Klan está no bairro
deles”: “Não vejo diferenças entre os Loyal White Knights, o NAACP (National
Association for the Advancement of Colored People, organização que defende e
promove os direitos dos negros) e outros grupos de defesa dos direitos civis”.
Grupos como os Loyal White Knights, fundados na última
década, apresentam-se como os legítimos herdeiros do Klu Klux Klan original
(meados da década de 1860) e da sua segunda vaga (de 1915 até ao fim da II
Guerra Mundial).
Ao contrário dos antecessores, dizem que não são
racistas e que não defendem o uso de violência. Em vez disso, dizem
que estão apenas a defender uma ideologia e que, por isso, têm direito à
liberdade de expressão nos Estados Unidos; e que compreendem e respeitam as
lutas de cada comunidade, desde que essas comunidades não se misturem – é com
esta nova formulação que pretendem equiparar-se a grupos de ativistas como o
Black Lives Matter, por exemplo.