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Ex-agente do FBI usa inteligência artificial para encontrar traidor de Anne Frank

O cineasta Thijs Bayens em frente à casa de Anne Frank, em Amsterdã
Após a invasão da Holanda pelas forças nazistas, Anne Frank e sua irmã, Margot, e os pais, Otto e Edith, se refugiaram com outras quatro pessoas judias num esconderijo secreto atrás de uma estante de livros na loja da família, em Amsterdã. 
Por dois anos o grupo conseguiu se manter escondido, com a ajuda de quatro funcionários do estabelecimento, mas, em 04 de agosto de 1944, foi descoberto. Agora, após pouco mais de sete décadas, Vince Pankoke, ex-agente do FBI, pretende reabrir o caso para identificar o traidor que forneceu a localização do esconderijo aos nazistas. Para analisar milhares de documentos, ele conta com a ajuda de um sistema de inteligência artificial.
O projeto está sendo liderado pela produtora holandesa Proditione Media, que lançou uma campanha de financiamento coletivo para bancar o estudo, que será transformada num documentário. Com experiência na investigação de cartéis de drogas colombianos, Pankoke foi contratado para liderar a equipe de 20 pesquisadores, historiadores e analistas de dados para revisar “um dos maiores casos arquivados” sem solução do século XX.
A equipe de especialistas terá o apoio de um algoritmo criado pela empresa Xomnia para analisar relatórios da polícia, listas de espiões nazistas, arquivos investigativos de simpatizantes da família Frank, entre outros documentos. Segundo Pankoke, revisar toda essa documentação levaria décadas, mas o sistema de inteligência artificial pode cumprir essa função em segundos.
Em 1963, Otto revelou a um jornal holandês que suspeitava de Willem van Maaren, um empregado que havia sido contratado há pouco tempo e não sabia do esquema que mantinha o esconderijo, mas que pode ter descoberto a movimentação no estabelecimento após o expediente. Ao longo dos anos, surgiram outros suspeitos, incluindo um holandês nazista chamado Tonny Ahlers e a esposa de um dos funcionários que ajudavam a família Frank.
Os nazistas tinham o hábito de escrever todas as operações, e seria fácil descobrir como o esconderijo foi encontrado, mas esses documentos foram destruídos por uma explosão em 1946. Todas as investigações já realizadas não encontraram uma explicação, mas ainda existem incontáveis documentos a serem analisados que podem revelar o mistério.
A família também pode ter sido delatada por vizinhos simpatizantes do nazismo, que suspeitaram da movimentação na loja. Os holandeses que forneciam informações que levavam à descoberta de judeus eram premiados, e as pessoas que ajudavam a escondê-los eram punidas. Dois dos quatro funcionários que ajudaram a família Frank acabaram presos.
Existe ainda a teoria de que a descoberta do esconderijo aconteceu por acaso, durante uma investigação policial para identificar pessoas que cometiam fraude com o sistema de cupons de alimentação. A própria Anne Frank relata um caso de dois homens que foram presos negociando ilegalmente esses cupons.
Em comunicado, a ONG Anne Frank House declarou total apoio à iniciativa e está cooperando com a cessão de documentos. “Nós queremos contar a história da vida da Anne Frank da forma mais completa possível, então é importante olhar atentamente à batida que deu fim ao período no esconderijo”, afirmou a instituição.
Pankoke começou a trabalhar no FBI na década de 1980, passando seus primeiros quatro anos de serviço em um pequeno escritório em Wisconsin. Em 1992, foi transferido para Miami, onde atuou na investigação de cartéis de drogas colombianos e, após o atentado contra o World Trade Center foi envolvido em operações secretas. Pankoke se aposentou há dois anos, mas o período de descanso não durou muito.
Apesar de as investigações ainda estarem no início, Pankoke contou que a equipe já fez descobertas significativas. Os pesquisadores não identificaram os traidores dos Frank, mas descobriram quem traiu ao menos uma outra família que se escondia dos nazistas. Ele espera conseguir entregar a descendentes dessa família o recibo que o delator recebeu pela traição. “Anne Frank é um símbolo da juventude e das pessoas que estavam se escondendo. Ela é famosa por ser tão eloquente em seus escritos, mas todas as outras pessoas que fugiam do nazismo, e seus colaboradores, também são importantes; só não são tão famosos”. Fonte: O Globo.
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