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Israel busca aliados mas preserva ligação com EUA

Israel busca aliados mas preserva ligação com EUAEm um movimento único na história israelense, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, tem aproveitado sua visita à Argentina para mostrar um pouco mais o rosto do país para o mundo.

Na primeira visita de um primeiro-ministro israelense ao país sul-americano, Netanyahu se reuniu nesta terça-feira com o presidente Maurício Macri e, aproveitando sua presença no continente, falou abertamente de vários temas, que muitas vezes chegam à região apenas por rumores ou comentários.

O primeiro-ministro garantiu, por exemplo, que mantém posição fortemente contrária ao acordo assinado com o Irã, sobre controle de tecnologia nuclear.
A afirmação veio para rebater a informação que havia surgido, na qual, seguindo sugestão de membros do governo americano, ele teria, ao lado da Arábia Saudita, enfim, aceitado a permanência do acordo.

Ele também manifestou in loco solidariedade às vítimas de atentados de 1992 (que deixou 29 mortos na embaixada de Israel) e de 1994 (que deixou 85 mortos na sede da Amia) em Buenos Aires.

E, antes de reunião com o presidente Mauricio Macri, o primeiro-ministro ainda declarou que está ansioso para encontrar-se com o presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, na conferência anual da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), no próximo dia 26 de setembro.

A conferência ocorrerá depois de Netanyahu ter visitado também a Colômbia e o México, além de ter se encontrado com o presidente paraguaio Horácio Cartes na capital argentina.


Conforme ressaltou o cônsul-geral de Israel em São Paulo, Dori Goren, toda essa movimentação deixa claro que Israel quer manter seus aliados antigos e aprimorar o relacionamento com outros países, transformando-os em novos aliados.

— Israel já está se abrindo faz tempo para o mundo, mas, nos últimos anos, temos feito esforços especiais para estreitar mais as relações com nações que antes Israel não trabalhava tanto, como na África, Ásia e América Latina.

A aproximação de Israel ocorre em um momento de fragmentação política no mundo. O governo israelense parece ter encontrado uma ocasião em que há necessidade de novas ideias, novos conceitos, a se encaixarem também às necessidades do país, que busca ainda ampliar mercados para compensar o bloqueio econômico defendido pela campanha BDS (boicote, desinvestimento e sanções) contra produtos israelenses.

Contra a propaganda negativa, vinda, segundo o governo, de algumas decisões da ONU, e do boicote, Israel está procurando fazer uma propaganda positiva de si mesmo. O governo, acompanhado de uma comitiva de empresários, quer mostrar que Israel tem a oferecer muitas novidades nas áreas de agricultura, da gestão da água, da defesa cibernética, da luta contra o terrorismo, da criminalidade e de outras tecnologias.

Tom conciliador

Neste momento, o Estado judaico superou sua própria fragmentação política e ideológica dos tempos de sua implantação, quando os líderes da época divergiam. Moshe Sharret mostrava preocupação com o lado diplomático e David Ben-Gurion, com o lado prático. Em editorial, o The Jerusalem Post descreveu o atual cenário:

— Aumentar nossos esforços diplomáticos para as áreas que historicamente receberam menos atenção é importante como parte da luta em curso contra ataques infundados contra o Estado judeu.

Netanyahu tem tentado unir essas duas filosofias, de Sharret e Ben-Gurion. Mesmo vindo de um partido tido como de direita, ele está buscando um tom conciliador tanto dentro quanto fora do país, em um momento em que adquiriu maior sustentação para governar.

O primeiro-ministro agora procura usar da habilidade para lidar com temas delicados, como certas divergências com os Estados Unidos em relação à construção de assentamentos e a manutenção da embaixada americana em Tel Aviv. Essas questões não têm atrapalhado a relação entre os dois países, conforme afirma Goren.

— A nossa relação com os Estados Unidos é ótima, os Estados Unidos foram, são e serão um aliado de Israel. Independentemente do governo de Israel e dos Estados Unidos. O povo e congresso americanos e todos os partidos políticos dos Estados Unidos apoiam Israel.

O editorial do Jerusalem Post também dá a entender que novos tempos chegaram para Israel, apesar da segurança continuar sendo uma das prioridades da nação.

— Israel tem muito a oferecer. Com o passar do tempo, mais países começam a perceber isso. Antigos preconceitos estão sendo separados em favor de se fazer o que é correto tanto do ponto de vista moral quanto pragmático. A visita de Netanyahu reflete esse fato simples.



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