Ataques como o que
aconteceu esta segunda-feira, no concerto da Ariana Grande, em Manchester
(Inglaterra), matando 22 pessoas e ferindo outras 60, produzem muitas vezes
heróis improváveis. Paula Robinson é um desses casos.
A mulher de 48 anos
encontrava-se na estação de comboios de Victoria, junto à Manchester Arena,
onde decorreu o espetáculo, quando ouviu a explosão e viu dezenas de meninas adolescentes
correndo do edifício e gritando.
“Foi literalmente
segundos depois da explosão. Vi as jovens a correr na minha direção”, disse a
própria, em declarações àquela agência.
Paula Robinson levou
cerca de 50 adolescentes, segundo contabiliza o jornal britânico, ‘The
Independent’, para o hotel Holiday Inn Express e colocou o seu número de
telefone no Twitter para que os pais as pudessem ir buscar ali. A partir daí
foram várias as pessoas que partilharam o seu contacto e o telefone não parou
de tocar.
“Os pais estavam
desesperados a tentar encontrar os filhos. Foram muitas crianças para o Holiday
Inn”, contou à Reuters.
Grande parte do público
que assistia ao concerto de Ariana Grande eram adolescentes e crianças, na sua
maioria raparigas. Muitos dos pais esperavam-nas à porta ou nas imediações da
Manchester Arena quando o terrorista suicida se fez explodir.
Vários adolescentes
continuam desaparecidos e nas redes sociais e sites dos jornais multiplicam-se
as fotografias dos jovens que ainda não foram encontrados.
Além de Paula Robinson,
houve outras pessoas a mobilizarem-se para ajudar, como um taxista muçulmano
que deu boleia a vários jovens para fora da zona do recinto.
A porteira portuguesa que
salvou os feridos do Bataclan
A história da britânica é
muito semelhante à da porteira portuguesa que socorreu as vítimas que fugiam
dos atentados do Bataclan, em Paris, 13 de novembro de 2015. Tal como em
Manchester, o ataque também aconteceu durante o espetáculo musical dos
americanos Eagles of Death Metal e fez 89 mortos.
Margarida de Santos Sousa, que vivia num prédio ao lado da sala de
concertos ajudou 15 sobreviventes e cinco feridos, um deles em estado grave.
O ato heroico valeu à
porteira uma condecoração do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa,
por feitos excepcionais, no dia 10 de junho, em 2016.