Israel é um dos 10 países mais magros do mundo, ao lado de asiáticos, como China, Japão e Coreia. Mas, afinal, por que os Israelenses não engordam?
De acordo com israelenses e brasileiros que vivem no país, são três fatores principais: alimentação, esporte e vida cotidiana ativa.
“Pouca gente em Tel Aviv tem carro, as pessoas caminham, pedalam ou usam transporte público para o deslocamento diário. A empresa em que trabalho ainda oferece aulas de zumba e yoga, além de subsidiar uma academia mensal para os funcionários”, conta Nathalie Rosemberg, que vive em Israel há dez meses.
O vínculo com o esporte, que se inicia na infância, segue firme durante a adolescência e início da idade adulta – ao contrário do que acontece no Brasil. Muito por influência do exército, obrigatório para todos os israelenses de 18 anos. Os homens fazem três anos de Exército e as mulheres dois anos, depois seguem recebendo “reciclagens” anuais até os 45 anos.
A tradição em esportes de alto rendimento se limita ao basquete e ao futebol, representados pelo Macabi Tel Aviv, além de alguns esportes individuais, como remo, judô e tênis. Mas é no fim de semana (composto por sexta e sábado) que as bicicletas tomam as ruas e parques, os barcos cortam os rios da cidade.
Segundo o último senso, 34% dos adultos praticam esportes três vezes por semana, homens e mulheres em proporções parecidas. A atividade mais comum é caminhada, mas a academia também fica movimentada com atividades como pilates, zumba e Surfset. Existe um órgão de esporte popular que está por trás de organização de caminhadas gratuitas para milhares de pessoas durante o ano.
“O principal empecilho para que a vida seja mais saudável vêm das religiões conservadoras. Entre os judeus ultraortodoxos o esporte não recebe qualquer atenção; entre os árabes muçulmanos, a corrida de mulheres gera oposição e já foi cancelada algumas vezes”, conta Adi Eshed.
Quando se trata de alimentação, a religião é mais uma aliada da vida saudável em Israel. Com maioria da população judaica, a comida kosher é oferecida até em redes internacionais de fast food. O conceito principal é religioso, mas a proibição de alguns alimentos (ou misturas) colabora com a redução de calorias.
“Quem segue dieta kosher não come animais com apenas um intestino, como coelho, cavalo ou porco, nem peixes sem escamas, como cação e dourado. Também não pode misturar carne com leite e derivados – nada de cheeseburger, bife à parmegiana, carne com molho de gorgonzola”, explica Riva Hadary, brasileira, que vive em Israel há 49 anos.
Independentemente da crença, a dieta em Israel é mediterrânea, com forte influência árabe. O almoço padrão tem proteínas (carne, peixe ou frango), acompanhado de homus e muitos legumes (berinjela e abobrinha principalmente). Mas as saladas começam logo cedo, nada de pão com manteiga no café-da-manhã. “É comum comer salada de pepino, tomate e atum pela manhã, acompanhado de frutas secas, sementes e café. O queijo de preferência nacional é cottage, que já provocou até protestos pela alta dos preços”, revela a nutricionista brasileira Ilana Kalmanovich, há dez anos morando em Israel.
Há também uma tendência acima da média de vegetarianismo: Tel Aviv é conhecida como a “capital vegana do mundo”. As escolas que servem almoço estão passando por reformulação imposta pelo Ministério da Saúde, que pretende impor regras mais rígidas para melhorar nutrição. O Ministério também pretende marcar com adesivos vermelhos produtos que contênham alto teor de sal e gordura, como salgadinhos. Nem tudo é perfeito: com horários extensos de trabalho, muitas refeições são feitas fora de casa, nos restaurantes as porções servidas são fartas, e a vida noturna agitada favorece o consumo de álcool e quitutes. Mas, se eles conseguem, não custa tentar. Fonte: Globo Esporte/Eu Atleta