Ovar com patrimônio judaico de “grande raridade” em processo de
classificação.
A Direção Geral do Patrimônio Cultural abriu, na quinta-feira
passada, o procedimento de classificação do Aron Hakodesh de S. Vicente
Pereira, Ovar, para que aquele armário destinado à Tora judaica seja
reconhecido de Interesse Nacional pela sua “grande raridade”. Também designada
pelos judeus como “Aron Kodesh”, “Eikhal” ou “Ekhal” (sempre com base no termo
hebraico para “arca sagrada” ou “armário da lei”), essa peça é considerada
simbólica por guardar o pergaminho manuscrito que replica os textos na base do
Judaísmo e é utilizado em todas as celebrações litúrgicas dessa comunidade
religiosa.
No caso específico dos judeus de Ovar, o Aron Hakodesh, agora em
processo de classificação, é um armário em pedra embutido na parede, está
atribuído ao século XIV e integrava uma propriedade privada que a autarquia
adquiriu recentemente por 125.000 euros, já com o propósito de preservar o patrimônio
constante dos edifícios centenários aí existentes.
“Todos os especialistas
chamados a pronunciar-se sobre este processo destacaram a grande raridade deste
achado e, sobretudo nesta região do Litoral (…), também os seus significados e
valor histórico e simbólico para a nossa cultura”, lê-se num documento da
Secção do Patrimônio Arquitetônico e Arqueológico do Conselho Nacional de
Cultura para o qual remete a edição do Diário da República.