Apesar de autoridades militares e de inteligência terem avisado sobre a piora nas condições de vida dos 1,8 milhões de palestinos que vivem em Gaza, o gabinete só apresentou opções militares para confrontar o Hamas, grupo militante islâmico, sem alternativas diplomáticas.
O relatório tem reavivado uma conversa dentro de círculos de segurança israelenses de encontrar maneiras de aliviar o bloqueio contra Gaza, que contribui para a sua estagnação econômica. A frustração faz com que alguns habitantes de Gaza recorram a pedras e facas.
A voz mais influente em Israel sobre o assunto é a do ministro de Inteligência, Yisrael Katz. Ele propôs construir uma ilha artificial a cinco quilômetros de distância de Gaza. A ilha contaria com um porto e aeroporto que daria a Gaza o acesso necessário ao mundo. As forças internacionais de segurança poderiam inspecionar as importações e evitar o contrabando de armas para o Hamas e outros grupos.
Segundo Katz, o preço estimado de US$ 5 bilhões seria pago por agências internacionais. Como a ilha demandaria funcionários, o desemprego entre os moradores de Gaza diminuiria. Israel não iria construir nem financiar a ilha, mas daria uma declaração de apoio e permitiria que as organizações internacionais entrassem em águas israelenses para executar a obra.
Apesar de a proposta ter amplo apoio, a grande questão continua sendo política. Israel e o Hamas se recusam a negociar diretamente. A decisão, então, recai sobre o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. No entanto, segundo a Economist, quando se trata de Gaza, sua posição é de procrastinar até que não haja outra escolha além da guerra.