A Segunda Guerra Mundial estava no início
quando o físico teórico Albert Einstein, então integrante do Instituto de
Estudos Avançados de Princeton, na Universidade de Princeton, nos EUA, se
posicionou contra sistemas de segregação racial.
Pouco conhecido, o discurso mostrava
descontentamento com as políticas eugenistas perpetradas pela Alemanha do
Terceiro Reich, que se agravaram nos anos seguintes. Einstein criticou as vozes
nacionalistas que acusavam imigrantes pelo desemprego entre nascidos
americanos.
“Existe uma incompreensão quando o assunto são
imigrantes. O desemprego não cairá ao se restringir a imigração. O desemprego
acontece porque há má distribuição do trabalho entre os que são capazes de
trabalhar. A imigração aumenta tanto quanto o consumo e a mão de obra. A
imigração fortalece não só a economia interna de um país escassamente povoado,
mas também seu poder defensivo.”
Albert Einstein
Em discurso ao lado da “Wall of Fame” de
negros, indígenas e imigrantes
O discurso foi feito em 1940 na abertura da
exposição “Homenagem à diversidade da população dos EUA”, ao lado do “Wall of
Fame”, um quadro com o nome de negros, indígenas e imigrantes importantes para
a história americana criado pelos organizadores da exposição mundial World’s
Fair, em Nova York.
“Quanto aos imigrantes, eles são os únicos a
quem se pode atribuir o mérito de serem americanos. Pois eles tiveram que enfrentar
dificuldades por sua cidadania, enquanto que para a maioria não custou nada
nascer numa terra de liberdade civil”, disse o cientista.
Einstein falou sobre a disputa racial
americana que dificultava a vida de judeus e imigrantes e disse também que os
EUA tinham “uma dívida pesada para pagar por todos os problemas e dificuldades
que colocou sobre os ombros dos negros, por tudo o que seus concidadãos fizeram
e até certo ponto ainda estão fazendo”.
Judeu e alemão
Albert Einstein nasceu em 1879, em território
do Império Alemão, onde hoje fica o Estado de Baden-Württemberg. Antes de se
mudar definitivamente para os Estados Unidos, em 1935, o físico, que também era
judeu, já frequentava e morava na cidade americana de Princeton durante seis
meses por ano, pois fazia parte do grupo de pesquisadores do Instituto de
Estudos Avançados de Princeton.
Einstein estava em solo americano quando os
Estados Unidos se recusaram a receber 937 judeus que fugiam da Alemanha nazista
a bordo do navio St. Louis, em 1939. Mais tarde, 254 judeus que foram impedidos
de se refugiar acabaram morrendo na Europa — muitos deles em campos de
concentração.
A história é relembrada pela conta St. Louis
Manifest no Twitter. Ela conta as histórias das pessoas que os EUA se recusou a
receber — em um contexto político em que o atual presidente do país, Donald
Trump, tem feito uma série de políticas anti-imigração.