
O escultor Itay Zalait disse a repórteres que instalou a efígie de quatro metros de altura do premiê sobre um pedestal branco na Praça Rabin, adjacente à prefeitura, para testar os limites da liberdade de expressão em Israel.
O governo israelense e artistas estão enredados em uma “guerra cultural” por conta de medidas adotadas pela ministra da Cultura, Miri Regev, para reter fundos estatais a instituições que não expressam lealdade ao Estado.
Postando no Facebook depois de a escultura ter sido instalada, Regev a classificou como uma “expressão de ódio contra Netanyahu”.
Autoridades municipais de Tel Aviv ordenaram que Zalait remova a imagem e disseram que irão retirá-la do local e o multar se ele não o fizer.
Pessoas que iam ao trabalho de manhã logo se aglomeraram para tirar fotos e debater se a estátua deveria ser vista como um deboche de Netanyahu ou uma homenagem ao premiê direitista, atualmente em seu quarto mandato e conhecido por seu apelido de infância, “Bibi”.
Uma mulher se curvou de brincadeira diante da efígie, que Zalait disse ter levado três meses para esculpir.
“Nas redes sociais, houve dezenas de milhares de comentários sobre o ‘Rei Bibi'”, contou Zalait à Rádio do Exército quando indagado sobre o que o inspirou a fazer a estátua.
“Eu simplesmente a transformei em uma realidade e a coloquei em seu lugar merecido, a Praça dos Reis de Israel”, disse, referindo-se ao nome que a praça tinha antes de ser rebatizada em homenagem a Yitzhak Rabin, o primeiro-ministro israelense assassinado por um judeu ultranacionalista durante uma manifestação pela paz ocorrida no local em 1995.
Netanyahu e sua esposa, Sara, foram alvo de investigações e manchetes frequentes questionando se fundos estatais foram utilizados para manter o que críticas denunciam como um estilo de vida suntuoso.
Ambos negaram qualquer uso indevido de dinheiro dos contribuintes.