
A informação foi divulgada neste domingo pelo portal de notícias
"Ynet", que citou como fonte um funcionário do alto escalão do
governo israelense, que afirmou que o anúncio vai acontecer amanhã ao meio-dia.
A fonte, que não quis ser identificada, confirmou informações procedentes da
Turquia de que Israel vai indenizar em US$ 20 milhões as vítimas e seus
familiares do Mavi Marmara, navio que liderava em 2010 a pequena frota e que
foi interceptado por tropas de elite israelenses.
Esse incidente foi o resultado final de uma série de desencontros entre ambos
governos, que havia começado anos antes e que levou o primeiro-ministro turco,
Recep Tayyip Erdogan, a retirar seu embaixador em Israel.
O Mavi Marmara se dirigia a Gaza por águas internacionais para romper com o
bloqueio israelense à Faixa e levar ajuda humanitária.
Por causa do fato, e das conseguintes críticas internacionais, Israel aliviou
parcialmente o bloqueio que aplica desde que o movimento islamita Hamas tomou o
controle de Gaza em 2007.
Citando fontes do governo turco, a emissora turca "NTV" informou hoje
que representantes de ambos países estão reunidos em Roma para fechar os
últimos detalhes, e está previsto que a reunião continue também amanhã.
As fontes afirmaram que Israel cumpriu duas das três condições que a Turquia
tinha exigido para restabelecer plenamente as relações: uma desculpa pública
pelo ocorrido -que Netanyahu já fez publicamente em 2013- e indenizar as
famílias das vítimas, também estipulado há vários anos.
A terceira condição, mais polêmica, prevê a flexibilização do bloqueio a Gaza,
permitindo à Turquia levar ajuda humanitária através do porto israelense de
Ashdod e construir hospitais, uma central elétrica e uma usina de
dessanilização.
O governo turco negou que o acordo inclua uma ruptura com o partido islamita
palestino Hamas, considerado terrorista por Israel.
O "Ynet" israelense destaca nesse sentido que Israel obteve uma carta
do governo de Ancara na qual este se compromete a atuar para exigir ao Hamas a
devolução de vários israelenses desaparecidos em Gaza, entre eles os restos de
dois soldados da última guerra de 2014.