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Respeito pela Diversidade

Respeito pela Diversidade“E contareis para vós, desde o dia seguinte ao primeiro dia festivo, desde o dia em que tiverdes trazido o Omer da movimentação – sete semanas completas serão. Até o dia seguinte da sétima semana contareis 50 dias, e então oferecereis oblação nova (de trigo) ao Eterno”. (Levítico 23:15-16)
Sefirat HaOmer, a contagem do Omer, que começa na noite após o primeiro dia de Pessach e termina em Shavuot, inicialmente, era celebrada com dias de júbilo e alegria entre o povo de Israel.
Durante estes dias, a cada noite, contamos um dia adicional, e o objetivo desta contagem é crescer espiritualmente. Cada dia, de acordo com a Cabalá, é um bom atributo que devemos adquirir, ou dito de outra forma, um aspecto que devemos corrigir. O objetivo desta contagem é a festa de Shavuot, na qual devemos atingir o nível espiritual mais elevado, de modo a sermos dignos de receber a Torá.
Por exemplo, o primeiro dia da contagem é representado pelo atributo de “a Benevolência da Benevolência” (Chesed SheVaChesed). Benevolência, está relacionado ao amor ao próximo, portanto, o desafio deste dia é tentar melhorar este aspecto da nossa personalidade.
Então por que estes dias de prazer e alegria para o povo de Israel foram transformados em dias de luto e tristeza? E, em que momento da contagem do Omer voltamos a celebrar esta alegria e deixamos de lado os costumes de luto?
Conta o Talmud (no Tratado de Yevamot 62b) que o Rabino Akiva tinha 24.000 alunos. Qualquer pessoa que conheça a história deste sábio, sabe que apenas com 40 anos ele começou a estudar a Torá, e mesmo assim, seu bom nome e sua sabedoria se espalharam rapidamente por todo Israel. E portanto, milhares de estudantes decidiram estudar com ele.
No entanto, depois de um tempo, uma epidemia se espalhou entre eles, e todos os 24.000 alunos morreram rapidamente. A tradição diz que o 33º dia do Omer (Lag B’Omer) foi o primeiro dia que não houve uma morte, após estes começarem a morrer. E, é por esta razão que, até o 33º dia do Omer, não se costuma celebrar casamentos, escutar música, se barbear, e outros costumes, que, cada um de acordo com sua tradição familiar, celebra em memória deste acontecimento.
O Talmud pergunta por que sábios tão grandes, como eram os alunos do Rabino Akiva, morreram nesta epidemia e por que não sobrou nem ao menos um destes?
A resposta que o Talmud nos escreve, é que eles não respeitavam uns aos outros. Isto significa que, pelo fato de terem visões de mundo diferentes ou discordavam em alguma forma específica de interpretar a Halachá (tudo, é claro, dentro dos limites estabelecidos pelos nossos sábios) depreciavam uns aos outros, por considerar que as práticas de seu vizinho não eram corretas.
O Talmud foi escrito em um formato de “discussão”, o quer dizer que, quando um sábio afirmar algo, possivelmente outros quatro discordarão. No entanto, apesar de muitas vezes somente uma opinião ser definida com a lei na prática, o respeito sempre foi a base da discussão. A prova disso é que no momento em que o Talmud foi compilado, todas as idéias foram admitidas.
Como é sabido, o Primeiro Templo de Jerusalém foi destruído como um castigo divino pelo povo ter violado as três grandes proibições, das quais é preferível oferecer a vida para não ter que cometê-las. Estas são: assassinato, idolatria e relações sexuais proibidas.
Além disso, a Torá nos ordena “e escolha a vida” (Deuteronômio 30:19), o que significa que, se estamos em uma situação em que a nossa vida está em risco, é preferível transgredir um mandamento divino, mas não comprometer a nossa integridade.
Por exemplo, se uma pessoa sofre um acidente no Shabat e você precisa levá-lo para o hospital, a fim de proporcionar um tratamento adequado, obviamente você deve transgredir o Shabat e levá-lo para o hospital, mesmo que tenha que dirigir um carro, acender as luzes, ligar para a ambulância e outras proibições, que apenas são permitidas no caso que uma vida esteja em jogo.
No entanto, no que diz respeito a estes três mandamentos que mencionamos anteriormente, a Torá nos diz que, mesmo que as nossas vidas estejam em risco, não estamos autorizados a comete-los.
O Segundo Templo de Jerusalém, no entanto, nos ensina o Talmud (no Tratado de Yoma 9b), foi destruído por “ódio gratuito” (em hebraico – Sinat Chinam), o mesmo pecado do qual os alunos do Rabino Akiva foram punidos com a morte.
O fato de que ambas as razões, tanto o “ódio gratuito” quanto a transgressão destes três mandamentos, levaram à destruição dos Templos Sagrados, mostra que estas são equivalantes para a Torá, em sua importância e valor.
O Rabino Akiva, é conhecido entre muitos outros ensinamentos, por sua famosa frase “amar ao próximo como a ti mesmo – é a grande regra da Torá” (Sifra – Parashat Kedoshim – Capítulo 7). Após este triste acontecimento, em que todos seus estudantes morreram, o Rabino Akiva reforça este conceito dentro do mundo da Torá e decide promover esta mensagem para, assim, evitar incidentes semelhantes.
Como dissemos no início, a época da Sfirat HaOmer é o momento em que devemos dedicar-nos a corrigir nossos maus hábitos e aprender, entre outras coisas, com o que aconteceu com os alunos do Rabino Akiva, e com o ensinamento do próprio Rabi Akiva, a “amar ao próximo como a nós mesmos”, respeitar e a ser tolerante, pois estes sãos conceitos muito importantes dos quais nosso povo deve aprender a cuidar.

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