Deportado com 19 anos para Treblinka, Samuel Willenberg foi um dos instigadores da revolta do campo.
Treblinka testemunhou uma das raras revoltas produzidas nos campos de extermínio nazista.
Samuel Willenberg, último sobrevivente da revolta dos deportados do campo de concentração nazi de Treblinka, morreu aos 93 anos e será enterrado na segunda-feira, informou hoje Yad Vashem, memorial do Holocausto em Jerusalém.
Deportado com 19 anos para Treblinka, Samuel Willenberg nasceu na Polónia e foi, depois, um dos instigadores da revolta de Treblinka, uma das raras revoltas produzidas nos campos de extermínio nazi construídos pelos alemães durante a Segunda Grande Guerra.
Com mais 200 deportados, Samuel evadiu-se do campo de Treblinka, um local em que perto de 870.000 judeus foram mortos em 13 meses.
Durante a revolta de Treblinka, os deportados atearam fogo a uma parte do campo antes de se precipitarem em fuga para a vedação eletrificada sob o fogo dos nazis que mataram a maioria dos revoltosos. Ainda que tenha ficado ferido numa perna, Samuel Willenberg sobreviveu.
Samuel Willenberg combateu depois os alemães nas fileiras da resistência polaca antes de ingressar no exército polaco. Em 1950, emigrou para Israel onde se tornou funcionário do Ministério da Habitação.
Depois da reforma, Samuel Willenberg dedicou-se à escultura, com trabalhos relacionados com os traumas do Holocausto, sobretudo com a morte das duas irmãs. Também acompanhou muitas delegações a Treblinka, tendo mesmo participado numa palestra sobre a sua experiência no campo de concentração. Escreveu ainda um livro sobre a sua experiência, intitulado "Revolta em Treblinka".
Uma das suas esculturas está exposta frente à residência do Presidente, em Israel.
Num programa de televisão, confessou que o seu último sonho era participar na construção de um museu em Treblinka para que a memória do que foi aquele campo de extermínio "numa fosse apagada".
REUTERS STAFF