A arte dos amuletos judaicos

A arte dos amuletos judaicos

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A arte dos amuletos judaicos
1. PINGENTE-AMULETO, SHMIRƁ, PARA PROTEGER A MƃE E O BEBƊ, COM A FIGURA DEMONƍACA FEMININA DE LILIT. IRƃ OU IRAQUE, 1900. 2. AMULETO, LOUHƁ CONTRA LILIT, MARRAKECH, MARROCOS, 1921. 3. PINGENTE-AMULETO, SHMIRƁ, PARA PROTEGER A MƃE E O BEBƊ COM UMA IMAGEM D
No inĆ­cio deste ano, o Museu de Arte e HistĆ³ria do JudaĆ­smo, em Paris, inaugurou a belĆ­ssima exposiĆ§Ć£o “Magia, Anjos e demĆ“nios na TradiĆ§Ć£o Judaica”. De imediato, chamou nossa atenĆ§Ć£o, pois o termo “magia” destoa quando aplicado ao mundo judaico. Fundamentado na TorĆ”, no Talmud e em rico pensamento filosĆ³fico, o judaĆ­smo Ć© o arquĆ©tipo da religiĆ£o racional, no entanto, Ć© tambĆ©m entrelaƧado de um profundo misticismo.
EdiĆ§Ć£o 90 - Dezembro de 2015

Desde os primĆ³rdios da histĆ³ria, os homens fizeram amuletos para aqueles que acreditavam em seu poder de proteĆ§Ć£o. Eles podem ser vistos tanto no Oriente quanto no Ocidente, entre povos da Antiguidade e naƧƵes modernas, chegando atĆ© nossos dias. Entre os judeus, os amuletos tĆŖm uma histĆ³ria que se estende ao longo de milhares de anos, sendo mencionados no Talmud.
Essencialmente funcionais, os amuletos nĆ£o eram confeccionados com a intenĆ§Ć£o de serem admirados por sua beleza ou expostos em museus, como objetos de arte. No entanto, como qualquer outro artefato, sua forma e aparĆŖncia, suas inscriƧƵes, seus materiais ou qualquer outro elemento da cultura que lhes sĆ£o associados podem lanƧar luz sobre a sociedade Ć  qual pertencem.
Como o judaĆ­smo encara os amuletos? Eles fazem parte do lado mĆ­stico do judaĆ­smo, do que chamamos de CabalĆ” PrĆ”tica. Ɖ bem verdade que o judaĆ­smo, fundamentado na TorĆ” e no Talmud, Ć©, Ć  primeira vista, o arquĆ©tipo de uma religiĆ£o baseada na razĆ£o, metodicamente questionada, sendo que o estudo Ć© um elemento fundamental, mas hĆ” um lado mĆ­stico. O judaĆ­smo acredita na capacidade do ser humano de agir sobre o mundo e modificĆ”-lo atravĆ©s de suas aƧƵes ou palavras.
A CabalĆ” que, na lĆ­ngua hebraica, significa “recebimento” ou “o que foi recebido”, Ć© parte integral da TorĆ” Oral e, assim como a TorĆ” Escrita, tem origem e natureza Divinas. TambĆ©m chamada de Chochmat ha-Emet - a Sabedoria da Verdade Ć© uma doutrina de unidade atravĆ©s da qual o homem pode aprender que a realidade Ć© um todo no qual o visĆ­vel e o invisĆ­vel, o material e o espiritual se misturam e se unem. A CabalĆ” pode ser dividida em dois: a CabalĆ” Iyunit, CabalĆ” Contemplativa – e a CabalĆ” Maasit, CabalĆ” PrĆ”tica.


A CabalĆ” Contemplativa, categoria Ć  qual pertence a maioria dos textos cabalĆ­sticos hoje em circulaĆ§Ć£o, tenta explicar o processo atravĆ©s do qual, mediante a Vontade do ƚnico e Infinito D’us, o Universo foi criado e Ć© constantemente direcionado.

A CabalĆ” PrĆ”tica, por outro lado, envolve tĆ©cnicas direcionadas especificamente a alterar os estados ou eventos naturais. Um alerta importante, a CabalĆ” Maasit sĆ³ pode a ser empregada por Tzadikim e com o Ćŗnico propĆ³sito de ser utilizada em benefĆ­cio do homem. A CabalĆ” PrĆ”tica se fundamenta no misticismo desenvolvido no “Sefer YetzirĆ”” (Livro da CriaĆ§Ć£o). Segundo essa obra, D’us criou o mundo atravĆ©s das letras do alfabeto e particularmente daquelas de Seu Nome Sagrado, que Ele combinou das formas as mais variadas. E, uma das tĆ©cnicas utilizada na CabalĆ” Pratica Ć© a inscriĆ§Ć£o nos amuletos dos Nomes Divinos.
Na literatura talmĆŗdica o amuleto Ć© chamado de kemi’Ć”, termo oriundo de uma raiz que significa “vincular, amarrar”. O uso de amuletos foi intenso no perĆ­odo rabĆ­nico e, consequentemente, hĆ” inĆŗmeros detalhes acerca deles nas fontes literĆ”rias. A MishnĆ”considera os kemi’ot a partir de seu ponto de vista jurĆ­dico. Durante esse perĆ­odo, a aĆ§Ć£o e o pensamento judaicos eram dominados pelo Talmud e, como essa autoridade nĆ£o proibia o uso de amuletos escritos, seu uso cresceu e floresceu particularmente no Oriente.
Alguns de nossos SĆ”bios, como Rav Hai Gaon, diretor da YeshivĆ” de Pumbedita (circa 1000), negou os poderes dos amuletos, como, por exemplo, que um pergaminho inscrito com o Nome mĆ­stico de D’us poria os ladrƵes a correr; que acalmaria o mar, etc. Ele admitia, contudo, que os amuletos podiam ser eficazes como meio de cura e proteĆ§Ć£o. Tudo dependia de quem escrevia e do momento da aplicaĆ§Ć£o (Ashkenazi, “Ta’am Zekenim,” 56b). Outros grandes SĆ”bios, como Rabi Moshe ben Nachman, NachmĆ¢nides, e Rabi Solomon ben Abraham nĆ£o condenavam seu uso, ao passo que MaimĆ“nides se pronunciou contra os mesmos, negando que tivessem qualquer virtude ou forƧa.
 A arte
Como vimos acima, desde seus primĆ³rdios os amuletos foram empregados para proteger o homem ou suas posses das mĆ”s influĆŖncias, ou para neutralizar a mĆ” sorte, doenƧas e danos de vĆ”rios tipos que jĆ” estivessem agindo contra a pessoa. Os antropĆ³logos acreditam que originalmente todos os ornamentos utilizados pelas pessoas, tais como colares, braceletes, anĆ©is, foram algum tipo de amuleto.
Nem todos os amuletos eram confeccionados por algum Tzadik ou algum grande rabino com uma finalidade especĆ­fica. Na grande maioria dos casos, os amuletos judaicos consistiam de um artigo com o Nome de D’us inscrito em seu interior, ou com uma passagem das Escrituras, ou algo semelhante.
Eles podiam ser feitos artesanalmente ou em sĆ©rie. No primeiro caso eram feitos sob encomenda para um indivĆ­duo em particular ou para uma finalidade especĆ­fica, enquanto aqueles feitos em sĆ©rie eram mais impessoais, sem carĆ”ter especĆ­fico. A forma mais frequente era uma placa de metal com uma inscriĆ§Ć£o.
Desde os tempos mais remotos, o pergaminho foi o material mais utilizado para confecĆ§Ć£o de amuletos em uma variedade de tamanhos e formas. Ao longo dos Ćŗltimos sĆ©culos, nas comunidades judaicas da Europa surgiram amuletos impressos em papel, que foram reproduzidos em um nĆŗmero maior de cĆ³pias, a um custo mais baixo, sendo assim acessĆ­veis a um pĆŗblico maior.
Nem sempre era o amuleto, de papel ou pergaminho, que tinha ornamentos; muitas vezes estes eram feitos em seu invĆ³lucro. De metal, couro ou tecidos preciosos, eram confeccionados por hĆ”beis artesĆ£os, preocupados em tornĆ”-los mais atraentes. Os invĆ³lucros eram muitas vezes decorados com desenhos que determinavam o significado do amuleto.


Embora durante o sĆ©culo 20 os amuletos impressos se tenham tornado populares em todo o mundo judaico, nas comunidades do mundo muƧulmano ainda tinham seu lugar preferencial os amuletos em prata ricamente trabalhada, ou embutidos em joias. AcessĆ³rios de adorno, esses tipos de amuletos tinham sempre o intuito de proteger aqueles que os utilizavam, comeƧando com os mais vulnerĆ”veis, como mulheres e crianƧas. VĆ”rios tipos de joias – diademas, pulseiras, colares, correntes de tornozelo, cintos e atĆ© fivelas dos cintos – eram ornamentados com motivos protetores ou feitos em materiais que supostamente teriam propriedades de proteĆ§Ć£o aos que os portavam. A turquesa, uma gema de cor azul, Ć© uma das pedras mais comuns.
Esses amuletos eram geralmente confeccionados por ourives judeus, que haviam sido autorizados pelas autoridades muƧulmanas a trabalhar com ouro e prata e a vender seus produtos aos muƧulmanos. Dotados de formas e motivos idĆŖnticos, refletem uma crenƧa comum nos poderes apotropaicos (i.e., que tĆŖm poder de afastar influĆŖncias malĆ©ficas ou desgraƧas) de algum objeto. Um exemplo Ć© a chamsĆ”1 judaica e muƧulmana, que reflete a crenƧa nos poderes da mĆ£o estendida.
Enquanto os amuletos de metal eram menos comuns na Europa, entre os sĆ©culos 17 e 19, os judeus italianos mais abastados tinham uma predileĆ§Ć£o por estojos de amuletos em prata maciƧa. Denominados “Sha’dai” (El Sha’dai Ć© um dos Nomes de D’us) e destinados a proteger as crianƧas pequenas, eles eram pendurados ou suspensos acima do berƧo de maneira que fossem visĆ­veis.
Sob a forma de pequenas caixas, alguns dos espĆ©cimes eram feitos de uma liga de prata, outros eram folheados de ouro, cinzelados e trabalhados com a tĆ©cnica do repuxado, tendo de um lado motivos gravados inspirados nas artes decorativas italianas da Ć©poca e, de outro, aplicaƧƵes de ouro representando sĆ­mbolos judaicos – especialmente os objetos rituais do Templo. Os amuletos eram transmitidos de geraĆ§Ć£o em geraĆ§Ć£o, dentro da mesma famĆ­lia, como uma heranƧa preciosa.
PorĆ©m, a estĆ©tica de um amuleto judaico depende antes de tudo de um de seus componentes essenciais: a elegĆ¢ncia da caligrafia da sua inscriĆ§Ć£o em hebraico. Os antigos recipientes de terracota eram escritos, por exemplo, em seu lado cĆ“ncavo, em caracteres apertados, formando cĆ­rculos irregulares, em espiral, enquanto que os amuletos de prata do IrĆ£ eram gravados com uma grande escrita quadrada, com letras vazadas e bem proporcionais. Os que confeccionavam os amuletos tinham tambĆ©m acesso a recursos como a micrografia, tĆ©cnica caracterĆ­stica da arte judaica, em que os motivos sĆ£o minĆŗsculas letras hebraicas. Outro tipo de escrita reservada aos amuletos era a escrita “angelical” ou alfabeto cabalĆ­stico, cuja origem remonta aos caracteres do final da Antiguidade.
Em toda a DiĆ”spora judaica podem ser encontrados amuletos feitos em diferentes materiais e tĆ©cnicas, onde estĆ£o inscritos um dos Nomes Divinos e fĆ³rmulas de proteĆ§Ć£o. Entre os desenhos mais frequentes nos amuletos judaicos hĆ” a Ɓrvore das Sefirot e oMaguen David. Na Ć”rvore sefirĆ³tica eram escritos os nomes das sefirot, assim como os Nomes de D’us. A Estrela de David, de seis pontas, e a de cinco pontas, o Escudo de SalomĆ£o, apareceram na Idade MĆ©dia.
Motivos populares aparecem ao lado de sĆ­mbolos especificamente judaicos, uns e outros cuidadosamente escolhidos pelo seu significado no contexto mĆ­stico judaico. Entre os motivos populares, hĆ” o ciclo do ZodĆ­aco, utilizado em amuletos para colocar a vida de seus proprietĆ”rios sob favorĆ”veis auspĆ­cios e sob uma constelaĆ§Ć£o favorĆ”vel; e da palmeira ou ramo de palmeira, sinal da vitĆ³ria e da eternidade, que estĆ” associada ao justo que herdarĆ” o ParaĆ­so (Salmo 92:13). Na Ɓfrica do Norte, a figura do peixe deveria trazer fertilidade e facilitar o parto, sĆ­mbolo atestado nas mais antigas tradiƧƵes judaicas, por exemplo, em GĆŖnesis: 28 e 48:16 e no Talmud BabilĆ“nico,Trat. Berachot, 20a. 
Entre os sĆ­mbolos mais especificamente judaicos citamos: os itens necessĆ”rios para o culto no Templo e vĆ”rias representaƧƵes de locais sagrados – em particular, JerusalĆ©m e o Monte do Templo, mas tambĆ©m santuĆ”rios e tĆŗmulos como o TĆŗmulo da matriarca Rachel, Kever Rachel.
Como na arte judaica antiga, todos os objetos rituais relacionados ao Templo, entre eles, o candelabro de sete braƧos, a MenorĆ”, ocuparam um lugar central entre os amuletos, sendo algumas vezes o principal elemento decorativo. Justamente, o desenho mais conhecido hoje, Ć© a MenorĆ” “cabalĆ­stica” ou Shiviti, feito usando os oito versĆ­culos do Salmo 67, renomado por proteger das forƧas negativas. O primeiro verso representa as chamas, enquanto os outros sete criam os braƧos.
InĆŗmeras comunidades judaicas reprovavam ou proibiam a arte figurativa. Em paĆ­ses muƧulmanos os judeus abstinham-se, em geral, de representar o corpo humano. Entretanto, certas partes do corpo cujo poder de proteĆ§Ć£o era considerado particularmente eficaz eram uma exceĆ§Ć£o, como a mĆ£o humana estilizada – a ChamsĆ”, e o olho(para proteger contra o “mau olhado”, ayn raĆ”).
O sĆ­mbolo da mĆ£o aparece bem antes do surgimento do IslĆ£. Ɖ interessante ressaltar que as autoridades rabĆ­nicas nos paĆ­ses muƧulmanos justificavam a utilizaĆ§Ć£o da ChamsĆ”, que significa “cinco”, em Ć”rabe, associando-a Ć  quinta letra do alfabeto hebraico (heh), que Ć© utilizado para se referir ao Nome de D’us com uma Ćŗnica letra (Monogramaton), ou ainda ao posicionamento dos dedos na bĆŖnĆ§Ć£o dos Cohanim, Birkat ha-Cohanim. As Chamsot judaicas utilizadas como talismĆ£s assumem diversas formas, no Marrocos, TunĆ­sia, IrĆ£, Iraque, em Bukhara e em alguns outros lugares. Algumas tĆŖm no centro a letra hebraica heh; outras, os dedos afastados como as mĆ£os dos Cohanim durante o Birkat ha-Cohanim.
Personagens e cenas narrativas sĆ£o tĆ­picos dos amuletos de vĆ”rios paĆ­ses europeus, incluindo ItĆ”lia, Alemanha e PaĆ­ses Baixos, onde os judeus estavam sob a influĆŖncia de tradiƧƵes artĆ­sticas locais. Eles incorporam episĆ³dios bĆ­blicos colocando em cena herĆ³is mencionados nominalmente no texto do amuleto.
Em metal, pergaminho ou papel, os amuletos italianos, por exemplo, privilegiam as cenas do GĆŖnesis, porque elas serviam como um modelo de retidĆ£o em todas as circunstĆ¢ncias da vida, assim como os patriarcas e matriarcas. Outras figuras bĆ­blicas, entre as quais Yossef e o Profeta Eliahu, apareciam devido Ć  sua associaĆ§Ć£o com a fertilidade e os milagres, e tambĆ©m porque se acreditava que eram capazes de afastar o mau-olhado (Yossef) ou a figura demonĆ­aca feminina de Lilit (o Profeta Eliahu).
Menos frequentes, as cenas figurativas nĆ£o bĆ­blicas descrevem os ritos judaicos – por exemplo, o acendimento das velas de Shabatsobre um amuleto alemĆ£o do sĆ©culo 18, impresso para uma menina; ou a cerimĆ“nia da circuncisĆ£o, a Brit MilĆ”, para um menino. Na Europa Oriental, onde a representaĆ§Ć£o da figura humana era proibida, os amuletos tinham algumas vezes microgravado o retrato de um Tzadik (um Justo), cuja imagem pendurada na parede tinha o poder de proteger.
Enfim, como seria de esperar quando se trata de misticismo, nos amuletos judaicos hĆ” tambĆ©m seres sobrenaturais benĆ©volos ou demonĆ­acos. Figuras antropomĆ³rficas de demĆ“nios e criaturas hĆ­bridas grosseiramente desenhadas podem ser encontradas em objetos judaicos desde o final de Antiguidade. No inĆ­cio do perĆ­odo moderno, encontramos ainda vestĆ­gios dessas figuras nos manuscritos de CabalĆ” PrĆ”tica, em manuais para fazer amuletos, assim como em alguns amuletos.
A ExposiĆ§Ć£o 


A exposiĆ§Ć£o “Magia, Anjos e DemĆ“nios na TradiĆ§Ć£o Judaica” realizada de 4 de marƧo a 28 de junho deste ano, em Paris,  foi possĆ­vel graƧas ao trabalho recente de Gideon Bohak, autor de uma importante obra, HistĆ³ria da Magia Judaica na Antiguidade, publicada pela Universidade de Cambridge, e conselheiro cientĆ­fico da exposiĆ§Ć£o realizada em JerusalĆ©m pelo Museu das Terras da BĆ­blia, em 2010, “Anjos e DemĆ“nios. MĆ”gica Judaica atravĆ©s das Eras”.

O Museu de Arte e HistĆ³ria do JudaĆ­smo Ć© subvencionado pelo MinistĆ©rio da Cultura e ComunicaĆ§Ć£o e pela Prefeitura de Paris.
Bibliografia 
CatĆ”logo da exposiĆ§Ć£o “Magie, Anges et dĆ©mons dans la tradition juive”


Rabi  Miller, Moshe “Contemplative and Practical Kabbalah”.  http://www.chabad.org/kabbalah_ 

Rabi Kaplan, Aryeh, Meditation and Kabbalah, 1989

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