Netanyahu foi pressionado a cancelar uma visita de Trump ao país, prevista para o fim do mês, devido às recentes declarações do republicano.
O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, rejeitou na quarta-feira (9) as recentes declarações sobre muçulmanos feitas pelo pré-candidato republicano à Casa Branca Donald Trump e disse que Israel "respeita todas as religiões".
Netanyahu foi pressionado a cancelar uma visita de Trump ao país, prevista para o fim do mês, devido às recentes declarações do republicano.
"O Estado de Israel respeita todas as religiões e garante os direitos de todos os seus cidadãos", informou o comunicado do premiê.
"Ao mesmo tempo, Israel está lutando contra o islã militante, que tem como alvo muçulmanos, cristãos e judeus e é uma ameaça ao mundo inteiro."
Netanyahu disse que o encontro com Trump, marcado para o próximo dia 28, foi programado há duas semanas. Ele disse que atende todos os candidatos presidenciais que visitam o país e que a reunião não representa um endosso à candidatura de Trump.
Trump provocou indignação generalizada nesta semana ao propor a proibição temporária da entrada de muçulmanos nos Estados Unidos.
A declaração veio pouco após um ataque feito por um casal de militantes islâmicos ter matado 14 pessoas em San Bernardino, na Califórnia.
A oposição israelense condenou a provável visita de Trump.
A rádio Israel informou que o parlamentar árabe Issawi Frej, do partido pacifista Meretz, pediu ao ministro do Interior que impeça a entrada de Trump no país.
"Imagine que um país ou um candidato dissesse que a entrada de judeus no país é proibida. O mundo inteiro se levantaria em protesto, dizendo que isso é um ato antissemita e racista. Um racista como este não tem lugar aqui entre nós", disse Frej à emissora.
Na manhã desta quarta, cerca de 40 congressistas - um terço do Parlamento israelense- assinaram uma petição exigindo de Netanyahu a condenação aos comentários racistas de Trump, pedindo ao premiê que cancela o encontro.
Quase um quinto da população de Israel é muçulmana.
REINO UNIDO
Nesta quarta, mais de 250 mil pessoas assinaram uma petição ao Parlamento britânico pedindo que seja proibida a entrada de Trump no Reino Unido.
O texto da petição foi colocado na terça em páginas do governo e da Câmara dos Comuns na internet.
A universidade escocesa Robert Gordon, em Aberdeen, informou que retirou o doutorado honorífico em administração de empresas que havia outorgado a Trump em 2010.
O governo escocês revogou o status de embaixador da rede empresarial GlobalScot atribuído a Trump.
Na segunda-feira (7), além de propor a proibição da entrada de muçulmanos nos EUA, Trump disse que há bairros tão radicalizados em Londres nos quais a polícia não entra porque teme por sua vida.
"Se o Reino Unido continua aplicando o critério de comportamento inaceitável a quem queira entrar no país, deve aplicá-lo tanto a ricos como a pobres, aos fracos e aos poderosos", diz o texto da petição, cujo número de assinantes continua a crescer.