
Uma pesquisa estatística conduzida pela Consultoria Smith Co. para a Ong “Hiddush - Pela Liberdade e Igualdade Religiosa” revelou as mudanças na distribuição dos cidadãos israelenses judeus em relação às diferentes denominações religiosas com as quais se identificam.
A Ong Hiddush publica seu anuário sobre religião e estado sempre no Ano Novo Judaico. Este anuário é uma pesquisa de opinião de larga escala, conduzida em um espaço amostral representativo de 800 indivíduos, sendo todos eles judeus israelenses adultos (acima de 18 anos).
De acordo com os resultados deste ano, um elemento da pesquisa mostrou que 9% dos judeus israelenses pertencem a uma entre as duas maiores correntes do Judaísmo Progressista, com 4% se identificando como judeus conservadores, e 5% se identificando como judeus reformistas. Isto mostra, pela primeira vez, que o Judaísmo Progressista é igual em tamanho populacional em relação ao setor ultraortodoxo (haredi), que tem 8% de sua população sendo de judeus ultraortodoxos, e um adicional de 1% se identificando como ultraortodoxo-nacional (haredi leumi).
“Esta é a primeira vez que nossa pesquisa categorizou os judeus em relação às correntes religiosas”, disse Shahar Ilan, vice-presidente de pesquisa e informação do Hiddush, à Tazpit. “Normalmente pesquisamos em relação a grupos políticos, e de acordo com níveis de observação religiosa, desde os seculares até os muito religiosos", comentou.
Informações adicionais mostram que aproximadamente 50% da população não pertence oficialmente ou não se considera parte de nenhuma corrente religiosa ou denominação do Judaísmo, e que 21% se identificam como Judeus Religiosos Nacionais ou Religiosos Sionistas (Dati Leumi).
De acordo com Ilan, até recentemente nenhuma pesquisa demográfica demonstrou interesse às correntes conservadoras e reformistas em Israel, pois elas eram consideradas muito pequenas em número para um estudo adequado.
“Estes resultados foram uma grande surpresa para nós, pois descobrimos que a população judaica progressista tem tamanho suficiente para ser analisada estatisticamente, e até se iguala à influente população ultraortodoxa”, disse Ilan à Agência Tazpit.
Com efeito, uma leitura mais analítica das estatísticas da pesquisa mostra que além de dissipar o equívoco do tamanho da comunidade judaica progressista, a pesquisa também nega outros estereótipos.
Enquanto o Judaísmo progressiva é frequentemente associado, em Israel, a imigrantes da Europa Ocidental e da América do Norte, a pesquisa mostra que apenas 8% dos que imigraram desses países pertencem às correntes reformista ou conservadora, enquanto imigrantes da Ásia e países árabes constituem 9% no judaísmo progressista. Fora a população em geral, 10% dos judeus israelenses nativos fazem parte do judaísmo progressista.
“Estes números e proporções dos judeus israelenses pertencentes ao Judaísmo Progressista sugerem que talvez agora os políticos precisem levar também este setor da população em consideração,” concluiu Ilan.
Fonte: Agência de Notícias Tazpit. Texto: Michael Zeff. Tradução: Bruno Scala
Imagem: Homens judeus ultra-ortodoxos cobrem suas cabeças com xales de oração no Muro das Lamentações, na Cidade Velha de Jerusalém, Israel, em 13 de Setembro de 2015.