O departamento de segurança israelense decidiu hoje ampliar a autorização de disparo de balas verdadeiras pelas forças de segurança contra manifestantes que atiram pedras, segundo um comunicado do gabinete do primeiro-ministro.
A decisão abrange também quem lançar bombas incendiárias, "quando a vida de terceiros estiver ameaçada e não apenas quando um polícia é ameaçado", precisa o comunicado.
O departamento de segurança reuniu-se para se pronunciar sobre medidas destinadas a reforçar a repressão de atiradores de pedras e engenhos incendiários palestinianos, 13 dos quais, incluindo nove menores, foram detidos na noite passada, indicou a polícia.
"Decidimos punir mais severamente os adultos que lançam pedras com uma pena mínima de quatro anos de prisão, bem como autorizar multas mais elevadas para os menores e seus pais", prossegue o comunicado.
"Tais sanções são válidas para todos os cidadãos israelitas e habitantes de Israel", lê-se no documento, que se refere aos habitantes palestinos de Jerusalém oriental, que não têm nacionalidade israelense.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tinha, na semana passada, "declarado guerra" aos atiradores de pedras após vários dias de distúrbios em Jerusalém.
"Declaramos guerra aos lançadores de pedras e engenhos incendiários", disse Netanyahu no local onde um cidadão israelita de 65 anos, Alexander Levlovitz, morreu depois de ter perdido o controlo do seu veículo há dez dias, ao ser atingido por pedras.
Jerusalém, cuja parte oriental e palestiniana está ocupada e anexada por Israel, é há meses palco de violência entre israelenses e palestinos.
Os mais recentes confrontos afetaram mais as pessoas, devido ao caráter explosivo do local, a Esplanada das Mesquitas, venerado por muçulmanos e judeus, e centro do conflito religioso e internacional. Para os palestinianos, o lugar santo é, de facto, uma espécie de último bastião da sua identidade.
De acordo com as regras tácitas que regulam o local desde 1967, os muçulmanos podem ir à Esplanada das Mesquitas quando querem e os judeus só podem ir a determinadas horas e não podem rezar.
"Conservamos o 'status quo' no Monte do Templo, são aqueles que trazem explosivos para as mesquitas que estão a tentar mudar o 'status quo'", disse hoje o primeiro-ministro em comunicado.
"Faremos respeitar a lei e a ordem e apelamos à Autoridade Palestiniana para que pare de incitar à violência", frisou.