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Refugiados sírios andam em direção à fronteira da Grécia com a Macedônia(Foto: Yannis Behrakis/Reuters) |
França diz que receber todos refugiados seria vitória para jihadistas
Chanceler francês pediu plano para garantir diversidade no Oriente Médio. 'Se todos vierem, o Estado Islâmico ganhou o jogo', disse Laurent Fabius.
A França alertou nesta terça-feira (8) que seria um erro caso a Europa recebesse todos os refugiados procurados por militantes do Estado Islâmico na Síria e Iraque e pediu um plano de ação para garantir que a diversidade do Oriente Médio permaneça, apesar da crise crescente, segundo a Reuters.
Cerca de 60 países, incluindo ministros do Iraque, Jordânia, Turquia e Líbano, se encontraram em Paris nesta terça-feira para garantir medidas que facilitem o retorno de refugiados, encorajando governos regionais a darem um papel político a minorias e assegurando que não haja impunidade para crimes contra a humanidade.
"É muito difícil, mas se todos estes refugiados vierem à Europa ou outro lugar, então o Estado Islâmico ganhou o jogo", disse o ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, à rádio RTL, de acordo com a Reuters.
"O objetivo (desta conferência) é que o Oriente Médio continue o Oriente Médio, que significa uma região de diversidade onde existem cristãos, yazidis etc", disse.
De acordo com diplomatas franceses, a conferência também deveria avaliar garantias financeiras que poderiam ser usadas para melhorar a situação de refugiados nos Estados vizinhos, desde a reconstrução de infraestrutura até a restauração de serviços básicos ou treinamento da polícia local.
Para o presidente francês, é preciso "tratar as causas ao invés das consequências", segundo a agência EFE. Por isso, o país se envolveu na coalizão internacional que bombardeia alvos do Estado Islâmico no Iraque e também na Síria.
Refugiados cristãos
O ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, condenou nesta terça-feira as declarações de prefeitos franceses que se disseram dispostos a receber apenas refugiados cristãos, segundo a agência France Presse.
"Não entendo essa distinção, condeno e nocivo. Na Síria, há toda uma série de minorias perseguidas. Os cristãos do Oriente devem ser recebidos, mas também há muçulmanos que sofrem perseguições e membros de outras minorias perseguidos com igual grau de barbárie", afirmou.