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Costumes dos Dez Dias de Arrependimento

Costumes dos Dez Dias de Arrependimentopor Kolel Rio - Halachá Diária

Avinu Malkeinu

Durante os “Asseret Yemei Teshuvá” (dez dias de arrependimento e conserto) costuma-se acrescentar nas orações Shacahrit e Minchá o trecho “Avinu Malkeinu” – uma oração especial, na qual, como o próprio nome indica, nos dirigimos a D’us por meio do tratamento “nosso Pai” (“Avinu”) e ao mesmo tempo “nosso Rei” (“Malkeinu”).
Mesmo quem não tem condições de rezar em um minian deve recitar Avinu Malkeinu individualmente. Costuma-se da mesma forma acrescentar o Salmo 130 na Tefilat Shacharit, depois da bênção “Yshtabach”.

Shabat Shuvá

O Shabat entre Rosh Hashaná e Yom Kipur é chamado de “Shabat Shuvá”, em nome da Haftará lida depois da leitura da Torá, que se inicia com as palavras “Shuva Israel ad Hashem Elokecha” (“Retorna Israel até o Eterno, teu D’us”).
Este Shabat é o primeiro do ano e o anterior a Yom Kipur, portanto, cada pessoa deve procurar cumprir com exatidão as halachot de Shabat, celebrando com refeições especiais, se alegrar, estudar Torá a cada instante e sentir a santidade deste dia sagrado. Por tudo isso, é costume que o rabino faça uma prédica mais prolongada do que o normal, incluindo palavras de admoestação relacionadas à Teshuvá e ao cumprimento da mitsvot, visando despertar o seu público para o arrependimento, o conserto das transgressões e a aproximação ao Todo-Poderoso.

Acendimento das Velas

É uma mitsvá acender velas em honra a Yom Kipur. Embora seja um dia de jejum deve-se acendê-las no local onde normalmente são realizadas as refeições. Este ano, a berachá (bênção) do acendimento das velas é “(...) “Asher Kideshanu Bemitsvotav Vetsivanu Lehadlik Ner Shel Shabat Veyom Hakipurim” (“...que nos santificou com Suas mitsvot e nos ordenou acender a vela de Shabat e de Yom Kipur”).
Em seguida, recita-se a berachá “Shehecheyanu”, depois da qual se iniciam as proibições do dia sobre a mulher que acendeu as velas, ou seja, ela deve se certificar de que a berachá “Shehecheyanu” seja recitada depois que as velas já tenham sido acesas.

Kol Nidrei

A oração Kol Nidrei, que abre as orações de Yom Kipur, é muito importante e significativa no sentido de adentrarmos este dia sagrado livres do grave pecado do não cumprimento de promessas e juramentos. Há diferentes costumes quanto ao horário da recitação do Kol Nidrei. Há congregações que fazem questão de encerrar o Kol Nidrei antes do pôr do sol, recebendo a santidade do dia com a recitação da berachá “Shehecheinau”, logo ao fim do Kol Nidrei.
Nas comunidades que o recitam após o pôr do sol, as pessoas devem declarar verbalmente “eis que recebo sobre mim a santidade de Yom Hakipurim”, antes do pôr do sol.
Os homens que colocam o talit na Tefilat de Shacharit todos os dias do ano devem colocá-lo também à noite em Yom Kipur antes do pôr do sol, para que possam recitar a berachá sobre esta mitsvá, pois se o colocarem após esse horário, não poderão recitá-la.

Preparações para Yom Kipur

Há um costume difundido de vestir somente roupas brancas em Yom Kipur, em uma alusão aos anjos, aos quais nos assemelhamos neste dia sagrado.
As mulheres costumam também vestir roupas brancas, evitando em especial se enfeitar com joias refinadas de ouro ou demais materiais preciosos, para demonstrar o temor do juízo realizado neste dia.
Deve-se estender uma toalha branca sobre a mesa da sala de jantar, mesmo que não haja refeições neste dia, denotando a honra ao mesmo, por meio da limpeza e a arrumação especial da casa.
Convém lembrar que as atividades proibidas de serem realizadas no Shabat são igualmente proibidas em Yom Kipur, além das cinco proibições específicas deste dia.

Shemitat Kessafim (remissão monetária)

Percebendo que os ricos evitavam emprestar aos pobres durante a Shenat Shemitá (Ano Sabático), pelos motivos explicados nas halachot anteriores, Hilel Hazaken instituiu um documento chamado "Pruzbul", de vigência atual possível somente pelo fato de a Shemitat Kessafim (remissão monetária ou de dívidas) ser obrigatória por decreto dos Sábios (Derabanan), pois, se fosse ainda uma obrigação da Torá (Deoráita), o Pruzbul não teria validade.
Com base em um versículo da Torá, o Talmud explica que a Shemitat Kessafim só ocorre com dívidas entre pessoas físicas. O Pruzbul é, portanto, basicamente um documento por meio do qual o credor transfere, ao final da Shenat Shemitá, para um Beit Din (Tribunal Rabínico) as dívidas de seus devedores, documento este assinado por duas testemunhas idôneas (edim kesherim) - fazendo assim com que os devedores passem a dever ao tribunal. Suas dívidas assim não são anuladas e se mantêm.

O costume hoje em dia é que, depois de redigir o Pruzbul, cada pessoa empreste a seu próximo uma quantia pequena de dinheiro, cumprindo por meio desta soma a mitsvá de Shemitat Kessafim. Quando o devedor vier, devolver o dinheiro após do término da Shenat Shemitá, o credor dirá "eu anulo esta dívida que você tem comigo". Se o devedor mesmo assim insistir em devolver, pode fazê-lo como um presente ou doação, e não como o pagamento de uma dívida.
Nota:
Todos os interessados em redigir o Pruzbul, de acordo com o decreto de Hilel, deverão procurar um rabino ortodoxo para saber como proceder.
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