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The suspects charged with setting fire to the Church of Loaves and Fishes (Photo: George Ginsberg) |
Centenas de ativistas israelenses de direitos humanos têm feito uma peregrinação diária, desde a última sexta (31), a uma pequena casa incendiada na cidade palestina de Dura, Cisjordânia. Lá, na madrugada daquele dia, terroristas jogaram uma bomba caseira que matou Ali Dawabshe, 18 meses.
A ação supostamente executada por colonos de extrema-direita foi condenada internacionalmente e deplorada pela liderança palestina. Mas chocou também Israel. Para o presidente, Reuven Rivlin, a hora é de mea-culpa. "Infelizmente, parece que lidamos de maneira hesitante com o fenômeno do terrorismo judaico", declarou ele.
O terrorismo judaico encontra sua mais recente encarnação no Price Tag, movimento criado em 2008 com o objetivo de causar danos a palestinos, árabes-israelenses, esquerdistas judeus e soldados e policiais israelenses para atrapalhar planos de paz que levem à retirada de colônias israelenses da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental.
A ideia é "cobrar um preço alto" do governo e das forças de segurança caso decidam remover assentamentos dos territórios palestinos. Formado por extremistas religiosos, o movimento foi criado após a retirada israelense da faixa de Gaza, em 2005, considerada por colonos radicais uma traição à sua intenção de aumentar a presença judaica na região.
Neste ano, o número de ataques contra alvos palestinos na Cisjordânia, além de locais religiosos cristãos em Israel, beira os 140, segundo dados da imprensa local. Segundo o Serviço de Segurança de Israel, os adeptos do Price Tag não passam de uma centena.
Mas para Liat Schlesinger, chefe do departamento de pesquisa da ONG Molad, o número é maior e conta com financiamento de líderes colonos, fortalecidos desde que Benjamin Netanyahu virou premiê, em 2009.