Agência da ONU responsável pelos refugiados palestinos
culpa os nove anos de bloqueio israelense sobre o território palestino como a
principal causa da situação. Quase 45% da população na Faixa de Gaza tem menos
de 14 anos
A taxa de mortalidade infantil em Gaza aumentou pela primeira vez em meio século, alertou a agência da ONU responsável pelos refugiados palestinos (UNRWA), que culpa os nove anos de bloqueio israelense sobre o território palestino como a principal causa da situação.
Em 1960, 127 bebês de um total de 1.000 de Gaza morreram antes de seu primeiro aniversário; em 2008, o número caiu para 20,2, mas em 2013 (a agência realiza a contagem de cinco em cinco anos), a taxa de mortalidade subiu novamente para 22,4.
Além disso, o número de bebês que não atingiram um mês de vida aumentou de 12 para cada 1.000 habitantes em 2008 para 20,3 em 2013, segundo a UNRWA. "A mortalidade infantil é um dos melhores indicadores da saúde da população", disse Akihiro Seita, diretor do programa de saúde da UNRWA, em um comunicado.
"O aumento da mortalidade infantil não é apenas um retrocesso, mas parece ser sem precedentes", acrescentou. "É difícil determinar as causas exatas da morte de recém-nascidos, mas temo que (o aumento) é parte de um fenômeno mais amplo", continuou.
A UNRWA, segundo Akihiro Seita, "está muito preocupada com o impacto a longo prazo do bloqueio sobre a infra-estrutura de saúde, aquisição de medicamentos e equipamentos médicos em Gaza".
A ONU alerta com frequência sobre a situação das crianças na Faixa de Gaza, onde quase 45% da população tem menos de 14 anos. Durante o conflito de 2014, quase um quarto dos 2.200 palestinos mortos eram crianças, enquanto um ano após a guerra elas ainda constituem a maioria dos pacientes tratados pela organização Médicos Sem Fronteiras.