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Caso de apartheid por sexo em ônibus israelense


Gil Cohen Magen, Reuters

Uma mulher de 50 anos, funcionária pública israelense, foi obrigada a sair de um ônibus por judeus ortodoxos.


Anna Schulkin, residente da colônia de Gilo, em Jerusalém, funcionária do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelense, entrou hoje no ônibus nº 36 e sentou-se num dos poucos lugares vagos que havia, todos na parte dianteira do veículo. Ficou sentada diante de um adolescente haredi (judeu ortodoxo).

Segundo citação do diário israelense Yeditoh Aaronot, Schulkin relata: "Para minha surpresa, o rapaz levantou-se, virou-se de costas para mim, fez estalar os dedos como se estivesse a dirigir-se a um cão e disse-me: 'Vá lá para trás, é lá o seu lugar'".

A passageira conta que nenhum dos homens sentados nos lugares próximos interveio para repreender o rapaz pelo seu comportamento.

E prossegue a sua narrativa, dizendo que tentou explicar ao rapaz que nenhuma lei a impede de se sentar em qualquer parte do ônibus. Segundo relata, "não havia outros assentos livres. Fazia muito calor, e por uma questão de princípio decidi não ceder. Quando recusei sair do meu lugar, o rapaz começou a incitar todos os outros homens contra mim, e eles apoiaram tudo o que dizia".

A passageira apelou então para o motorista, que confirmou que, por lei, ela tinha o direito de se sentar onde quisesse.

Um dos homens presentes, também judeu ortodoxo, tirou os sacos dela do lugar ao lado, ameaçou atirá-los ao chão e disse que precisava daquele lugar, por sofrer de flatulência. Sentindo-se ameaçada, Schulkin decidiu sair do ônibus o mais depressa possível. E esclarece que naquele momento não sabia que a obrigação do motorista era parar o ônibus e chamar a polícia.

Um porta-voz da transportadora a que pertence o ônibus manifestou-se sobre o incidente nos seguintes termos: "Condeno energicamente qualquer expressão de racismo e/ou comportamento baseado em coação religiosa. Não vamos tolerar vandalismo no espaço público em geral nem nos ônibus da Egged em particular. Não vamos aceitar tentativa alguma de tomada [dos ônibus] por elementos radicais ou exclusão alguma de mulheres nos ônibus, como aquela que a queixosa sofreu".

No entanto, esboçou uma meio defesa do comportamento do motorista, declarando: "Tanto quanto sabemos, o motorista apoiou a passageira. Ele pode não ter sido muito assertivo, como devia. Admito que, por ser membro de um grupo minoritário que tem de lidar com os radicais ortodoxos, ele teria medo de fazê-lo".

 “De qualquer modo", acrescentou, "vamos examinar o incidente com o motorista. Tenho a certeza que, se ele soubesse que a passageira ia sair do ônibus por causa disso, ele se teria envolvido mais. Vamos sublinhar as regras, para elas ficarem claras para toda a gente".

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