No final de uma longa operação de vigilância, na noite de terça-feira, 7/7, a unidade de prevenção de roubo da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) conseguiu apreender seis suspeitos perto da Universidade Hebraica, no Monte Scopus, em Jerusalém. Os suspeitos foram pegos no ato de cavar ilegalmente uma caverna de sepultura.
O chefe da unidade de prevenção de roubo, Uzi Rotstein, disse à Agência de Notícias Tazpit que as encostas leste do Monte Scopus são conhecidas por serem ricas em túmulos e tumbas antigas, que datam da época do Segundo Templo.
"O local frequentemente atrai caçadores de tesouros esperando para desenterrarem cavernas e túmulos intocados, a fim de pegarem artefatos deixados com os mortos", explicou Rotstein. "Eles procuram as obras de vidro, cerâmica, castiçais de metal e até jóias que podem ser encontradas em tais túmulos”, completou.
No entanto, o que torna este incidente em particular tão incomum e interessante é o motivo alegado pelo suspeito para escavar a caverna. Os suspeitos são todos membros da mesma família da aldeia árabe de Issawiya, em Jerusalém. Liderada pelo patriarca da família, eles foram pegos ao tentar cavar um caminho para chegar até uma sepultura antiga. A força tarefa descobriu ferramentas para cavar e roubo na posse deles.
De acordo com o porta-voz da IAA, durante a sua investigação preliminar o pai de família disse aos investigadores que ele era de fato um exorcista de profissão e um removedor de maldições. Ele explicou que os seus filhos o alertaram para a presença de um demônio que guarda a gruta.
"O homem, afirmando ser um exorcista admitiu aos seus investigadores que seu objetivo era roubar a sepultura de seu tesouro potencial", disse Rotstein disse Tazpit. "No entanto, ele afirmou que estava convencido de que haveria um grande tesouro na caverna porque um demônio estava guardando-a e ele veio para banir o demônio da caverna”.
O chefe da unidade explicou que é um fenômeno bem conhecido entre a população árabe, mesmo quando descobrem cavernas naturais, enviar um "especialista" para limpá-la dos maus espíritos e demônios.
Outro elemento que torna este incidente incomum é o fato de que a equipe de caça ao tesouro/demônio incluía crianças a partir dos 7 anos de idade. Enquanto o pai buscava banir o demônio, os suspeitos mais velhos vigiavam e limpavam a sujeira da entrada e os menores de 7 a 15 anos de idade foram usados para se aventurarem na caverna apertada e sem ar.
Fonte: Agência Tazpit / Texto: Michael Zeff/ Tradução: Aguinaldo Wechesler
Descrição da foto: Membro da unidade anti-roubo da IAA com um dos caçadores de tesouro na entrada da caverna / Crédito da foto: Porta-voz da IAA