Burmann qualificou de “equívoco” as interpretações sobre pedido de informações de convênio.
Reitor enfatizou que UFSM tem histórico em defesa da diversidade
O reitor da UFSM, professor Paulo Burmann, manifestou “profundo sentimento” às pessoas que se sentiram atingidas pelo pedido de informações encaminhado pela Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPGP), buscando esclarecer se a instituição possuía convênio com a empresa de origem israelense Elbit. A solicitação de informações foi feita em 28 de agosto de 2014 por sindicatos, entre eles, a Sedufsm, pelo DCE e movimentos sociais de Santa Maria, que integram o Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino, e gerou polêmica na semana passada, após a divulgação do ofício encaminhado pela PRPGP, em que eram requeridas informações sobre a “presença de discentes e/ou docentes israelenses em programas de pós-graduação”. O pedido de desculpas do dirigente da UFSM aconteceu na manhã desta sexta, 12, durante a reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE).
Em sua manifestação, Burmann disse que a celeuma em torno do tema se deve a um “equívoco de interpretação” sobre o pedido de informações, que, através da fraude de um documento, e o uso irresponsável disso em redes sociais, acabou por transformar a UFSM, que tem primado em suas políticas, pelo respeito à diversidade e às diferenças, em uma instituição tachada de xenófoba e racista. O reitor disse também que faltou à sua gestão uma “minúcia na análise política”, pois requerer a informação sobre a nacionalidade de pessoas na instituição poderia ser dispensável, contudo, acabou por constar do documento oficial pelo fato de que, nem todos os intercâmbios seguem os trâmites usuais, e com isso a instituição nem sempre consegue acompanhá-los plenamente.
Entidades atacadas
Após a fala inicial do reitor sobre o assunto, a integrante da bancada estudantil no CEPE, Marjana Lourenço, se manifestou e disse que era preciso esclarecer melhor a questão. Ela relatou que o pedido de informações foi feito em agosto de 2014, dentro de um contexto que era o massacre que o Estado israelense vinha cometendo contra os palestinos da Faixa de Gaza. Entretanto, disse ela, causou surpresa que, em maio deste ano, a pró-reitoria tenha encaminhado um documento “mal redigido” e que gerou as interpretações de cunho discriminatório.
Conforme Marjana, os ataques que estão ocorrendo à UFSM também estão acontecendo contra as entidades representativas. Referiu uma nota das entidades que será publicada em jornais da cidade buscando apresentar uma explicação conjunta dos movimentos, em que se coloca, por exemplo, que as informações requeridas se relacionavam a projetos e não a uma lista de nomes. (Leia a íntegra da nota neste site).
Burmann mostrou-se desconfortável com a fala da estudante e disse que não concorda com a afirmação de que o documento encaminhado pelas entidades foi descontextualizado. Afirmou ainda que não interessa a ninguém buscar culpados, que o momento não é de “cisões internas” e que, ao assumir a “culpa” para si, pretende buscar o restabelecimento da paz na instituição.
Texto: Fritz R. Nunes
Foto: Arquivo Sedufsm/Multiweb/março de 2015
Assessoria de imprensa da Sedufsm