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Omar Shalabi com o falecido líder do Fatah, Yasser Arafat (de sua página pública no facebook) |
Decisão judicial desta terça-feira, 12/5, colocou um líder do Fatah do leste de Jerusalém atrás das grades por incitação ao terrorismo e apoio a organizações terroristas através da mídia social.
Em uma decisão inédita o juiz Eitan Kornhauser condenou Omar Shalabi, de 44 anos, morador do leste de Jerusalém a uma pena de prisão de nove meses. Shalabi foi considerado culpado perante um Tribunal Civil em Jerusalém, em uma acusação de incitamento ao terrorismo e à violência, e duas acusações de apoio a uma organização terrorista.
Shalabi foi acusado pela Promotoria de Justiça de Jerusalem (PJJ) de fazer uso de mídias sociais para exaltar a morte de civis judeus nas mãos de terroristas árabes e palestinos e pedir por atos mais violentos.
“Estamos satisfeitos pelo Tribunal ter aceitado a posição do Estado. Por meio desse precedente os condenados por incitamento à violência através do Facebook devem enfrentar sentenças de prisão”. Disse o procurador Oshrat Shoham, da equipe de acusação da PJJ, à Agência de Notícias Tazpit, acrescentando: “Essa decisão é um precedente, esclarecendo que aqueles que abusam da liberdade de expressão através do Facebook - cuja exposição e influência é grande – incitando à violência e ao terrorismo, serão colocados atrás das grades”.
Shalabi postou seus apelos à violência e apoio a terroristas no último verão em 2014, durante o sequestro de três adolescentes israelenses, na Operação Margem Protetora em Gaza, tumultos em grande escala e assassinatos em Jerusalém.
“[Árabe] Filhos de Jerusalém! Tenham ódio e continuem no caminho do desespero e da discórdia que irá assolar e purificar Jerusalém e Al Aqsa da imundície de bastardos judeus”, Shalabi escreveu em sua página no Facebook.
Em sua sentença, Kornhauser disse que “nós não estamos falando sobre um novo tipo de crime nunca antes visto no tribunal. Mas apenas um novo meio de executar o crime, utilizando avanço tecnológico”
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Uma mensagem de Omar Shalabi rezando pela morte de um ativista israelense que era a favor da igualdade religiosa no Monte do Templo (de sua página pública no Facebook) |
Shalabi, que dirigiu um escritório do Fatah em Jerusalém Oriental, alcançou mais de 5.000 seguidores no Facebook, de acordo com a promotoria.
Esta é a primeira vez em Israel que uma pessoa é acusada e condenada por incitamento e apoio ao terrorismo realizada por meio da mídia social.
Em um comunicado à imprensa, o advogado de Shalabi disse: “A punição é exagerada. Judeus que incitaram a violência nem sequer foram interrogados”.
Sara Haetzni-Cohen, presidente da Organização 'My Israel' e ativista de mídia social, relatou à Agência de Notícias Tazpit sua satisfação com o veredito. Ela disse: “Parabenizo o Tribunal por esta importante decisão. No passado recente, após afirmações radicais na mídia social, têm ocorrido muitos danos físicos contra judeus. Se tais incitações parassem em um estágio inicial, o dano poderia ter sido evitado. O precedente de hoje é importante e pode salvar vidas no futuro”.
Imagens:
Por Michael Zeff/ tradução: Alessandra Franco
Agência de Notícias Tazpit