Tomamos o Muro das Lamentações por óbvio?

Tomamos o Muro das Lamentações por óbvio?

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Tomamos o Muro das Lamentações por óbvio?
Muro das Lamentações


Por Michael Freund

Ergue-se em silêncio, contemplativo, como uma sentinela que guarda seu posto, projetando força e um sentido dramático de história ao mesmo tempo que invoca os nossos anseios mais profundos sobre o destino dos judeus.

Como local mais conhecido em toda Jerusalém, é um símbolo que ressoa profundamente e, por vezes inescrutavelmente no coração de todos aqueles que sentem a suavidade de seu toque.

Na verdade, para aqueles de nós que nasceram após os acontecimentos milagrosos de 1967, da Guerra dos Seis Dias, é difícil conceber um momento em que o Muro Ocidental estava contaminado e inacessível, definhando sem esperança sob domínio estrangeiro.

Nós o visitamos sempre que queremos, livres para recitar qualquer oração, oferecer o máximo de glória ou derramar a quantidade de lágrimas que nossos corações possam desejar.

No entanto, foi somente ha 48 anos atrás, no dia de hoje, no 28º dia do mês hebraico de Iyar, que esta antiga relíquia do período do Templo Sagrado, foi devolvida para nosso povo, um evento que, desde então, é comemorado a cada ano como Yom Yerushalayim.

Mas quanto é que nós, realmente, apreciamos e valorizaros o Muro (Kotel)? Hesito até mesmo em perguntar, mas: podemos talvez tomar o Muro das Lamentações como óbvio?

Claro, o Monte do Templo, que fica acima do Muro, é o nosso mais sagrado de todos os locais sagrados, ultrapassando o Kotel em importância. E temos que trabalhar no sentido de um dia poder ser verdadeiramente livres para subir neste local, em paz, livre de restrições políticas.

Mas, por termos a total liberdade de visitar o Kotel, perdemos o nosso sentimento de admiração sobre este lugar tão especial?

Considere o seguinte. Há um Midrash em Bamidbar Raba (11:2), onde os Sábios, com base em um versículo do Cântico dos Cânticos, afirmam que “a parede ocidental do Templo jamais será destruída”.

A audácia destas palavras é de tirar o fôlego. No auge do sofrimento do nosso povo, no exílio, há muitos séculos atrás, quando estávamos sendo massacrados, perseguidos e caçados como nenhuma outra nação experimentou, anteriormente ou posteriormente, como alguém poderia sugerir que um dos tantos conquistadores de Jerusalém deixaria esta parede de pé?

E, no entanto, eis que está, ereta em toda sua grandeza, desafiando a história, a humilhação e todas as probabilidades, uma prova física das promessas divinas feitas aos nossos antepassados há muito tempo atrás.

Mas quantas vezes, de fato, o visitamos? Quando foi a última vez que acariciamos suas pedras, ou inclinamos nossas cabeças sobre esta, buscando, silenciosamente, um socorro espiritual?

Claro, existem aqueles que regularmente fazem uma peregrinação ao local, enquanto outros a procuram em momentos de necessidade.

Mas há muitos de nós – muitos mesmo – que não contemplam esta divina parede em toda a sua glória, por anos ou mesmo, décadas.

Isso tem que mudar. Especialmente agora, quando a pressão sobre o estado judeu é grande para dividir Jerusalém.

Portanto, acredito que é hora de cada judeu, todos aqueles entre nós que amam Jerusalém e valorizam sua unidade e integridade, fazer uma simples, porém significante, promessa: visitar o Muro das Lamentações, pelo menos uma vez por ano. Não deixe que 12 meses passem, não permita que o tempo passe, sem que você tenha ido para a Cidade Velha de Jerusalém e contemplado o Kotel.

Basta imaginar o que nossos antepassados, por tantas gerações, teriam dado para ser capaz de vislumbrá-lo, mesmo que por alguns momentos. Como pode ser possível não aproveitarmos a oportunidade de ir lá, estar lá, mostrar ao Kotel, a D’us, e a toda a humanidade que este lugar é nosso e nós nunca iremos abrir mão dele?

Uma pergunta: Você já se perguntou o que mantém o Kotel unido, o que mantém estas pedras majestosas conectadas?

Não há cimento ou qualquer material adesivo, nada que pareça mantê-las no lugar. Qual é o segredo?

O falecido Rabino Dov Perla, o Rabino do Muro das Lamentações, ponderou esta questão e uma vez disse a um espectador que visitava o local, “é a pressão. A pressão das pedras pesadas uma em cima da outra – este é o segredo de sua posição vertical… assim como o povo judeu!”

“Quanto mais as nações-nos pressionam”, continuou ele, “quanto mais pressões externas enfrentamos, mais estas nos conectam numa unidade sob o mesmo propósito. Isso é o que tem mantido o Kotel em pé, e este, também, o segredo do nosso povo”.

No Yom Yerushalayim de 1967, a própria Jerusalém era unida, e nós estávamos unidos com ela, o coração de nossa nação, a fonte de nossa alma coletiva.

Renovemos, então, este nosso compromisso com o senso de unidade, visitando o Kotel, anualmente, para assim nunca abandoná-lo novamente. Assuma este compromisso, agora, e mantenha sua promessa. O Kotel, e, especialmente, Ele, que cuida de nós, contam com isso.

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