Segunda edição da feira do livro judaico português
O evento, coordenado pela Editora Maayanot, ocorre em 26 de abril no
Salão de Festas da Sinagoga Beit Yaacov
Especializada em livros sobre a cultura judaica, a Editora Maayanot se
prepara para coordenar a segunda edição da Feira do Livro Judaico em Português.
Programada para 26 de abril, o evento ocorrerá entre 9h e 20h30 no Salão de
Festas da Sinagoga Beit Yaacov. Neste ano, uma das grandes homenageadas será
Tatiana Belinky, uma das mais importantes escritoras infanto juvenis
contemporâneas com mais de 250 livros voltados para este público. Sobre isto,
alguns títulos inéditos traduzidos por Tatiana serão lançados na Feira.
Entre outros destaques do evento literário, um box de 12 livros sobre os
grandes pensadores judeus, duas novas obras da série “Brasil Judaico”, sendo,
um deles, sobre a imigração de judeus de origem egípcia no País, e a
reimpressão de best-sellers da editora, como “Torá Viva” e o Pentateuco
(Chumash) Gutnik.
LANÇAMENTOS 2015 DURANTE A FEIRA DO LIVRO JUDAICO EM PORTUGUÊS:
Série Brasil Judaico, da Editora Maayanot, ganha dois novos livros
A história do Brasil e a do povo judeu caminham lado a lado desde os
idos de 1500. Ao desembarcar em terras tupiniquins, Pedro Álvares Cabral tinha
em sua equipe um judeu polonês importante, o intérprete Gaspar da Gama,
conhecido como “o língua”. O primeiro contrato de exploração da madeira
brasileira foi firmado com um grupo de judeus em 1503 e logo o pau-brasil seria
apelidado de “madeira judaica”. Muitos dos bandeirantes, pessoas que
desbravaram o sertão brasileiro a partir do século 16, eram cristãos-novos (se
destacam nesse grupo Raposo Tavares, Fernão Dias Paes e Brás Leme). As
primeiras levas de judeus – como comunidade – a chegar ao Brasil aconteceram
graças às invasões holandesas no Nordeste do País, a partir de 1630, fixando-se
na região da cidade do Recife e, depois, em outros pontos, como a Paraíba.
Mais
tarde, quando a família real portuguesa fugiu para o Brasil (1808), levando à
abertura dos portos brasileiros e a uma constituição, em 1824, que deu direito
à liberdade de credo, judeus de origem asquenazim se estabeleceram no Rio de
Janeiro, em especial na cidade de Campos dos Goytacazes, enquanto marroquinos
foram para a Amazônia. Já no século 20 vieram levas de judeus russos, que
aportaram no Sul do Brasil, nas famosas colônias do Barão Hirsch e, mais tarde,
grupos de judeus europeus, fugindo das duas guerras e da opressão nazista,
dirigindo-se a S. Paulo, Santos e Rio de Janeiro. Por fim, judeus residentes
nos países árabes na década de 1960 acabaram por encontrar em S. Paulo e no Rio
de Janeiro um local para fixar suas vidas depois das dificuldades vividas sob
governos islâmicos.
A Série Brasil Judaico, da Editora Maayanot, explora detalhes da
construção da identidade judaica em terras brasileiras. Iniciada em 2012 com o
lançamento dos livros “Recordações dos Primórdios da Imigração Judaica em S.
Paulo” e “Brasil Judaico – Mosaico de Nacionalidades”, da professora Maria
Luiza Tucci Carneiro, ganha, agora, dois importantes títulos:
Miguel Telles da Costa – o Capitão-Mor Judaizante de Paraty :
Obra narra a trajetória de um personagem até então desconhecido na
história do Brasil, o militar responsável pela defesa do litoral da Capitania
de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém e que foi preso por agentes
inquisitoriais no Rio de Janeiro, em 6 de outubro de 1710. Telles da Costa, um
português descendente de judeus, que não deveria, por sua origem, ocupar
qualquer cargo público, alcançou altas posições na governança militar colonial
e sua família, constituída de proeminentes mercadores, estava não só envolvida
no alto mundo das finanças como também transitava livremente entre os
integrantes da nobreza e da Igreja Católica. O livro, texto ampliado do estudo
da profa. dra. Rachel Mizrahi, de 1984, apresenta o sofrimento do capitão-mor
nos cárceres do Santo Ofício, o crime do qual era acusado, a heresia judaizante,
ao mesmo tempo que traz um retrato abrangente da atuação da Inquisição nos
tempos do Brasil Colônia.
Raquel Mizrahi possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de
São Paulo (1964), mestrado em História Social pela Universidade de São Paulo
(1982) e Doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (2000).
Ministrou aulas pelo projeto PAE da Universidade de São Paulo, atuou como
professora doutora da Universidade Bandeirante (UNIBAN) e Universidade Nove de
Julho (Uninove), como professora doutora (autonômo) da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (COGEAE) e professora doutora convidada (curso “Terceira
Idade”, da USP) e substituta do Departamento de Letras Orientais (Centro de
Estudos Judaicos) da Universidade de São Paulo. Especialista em Economia
Brasileira pela FFLCH, da USP, e em áreas da História Moderna e Contemporânea
(Geral e do Brasil).
Viagem sem Retorno – O Êxodo dos Judeus Egípcios para S. Paulo –
1948-1957:
Livro resgata a memória de judeus rabanitas, caraítas, sefaraditas,
asquenazitas e cor¬otas que integravam, há séculos, a comunidade israelita do
Egito, que vieram de Alexandria e do Cairo para o Brasil. Da fundação da
lendária cidade portuária por Alexandre I ao fluxo migratório de 1956, que traz
15 mil judeus, em sua maioria sefaraditas e poliglotas, para o Brasil, a obra
da professora Anna Rosa Campagnano mostra uma comunidade que sempre valorizou
os talentos individuais, empenhada na plena inserção na cultura local e,
simultaneamente, no fortalecimento dos laços em torno de práticas religiosas na
família, dos ensinamentos de seus rabinos, suas sinagogas, suas escolas, seus
hospitais e em obras bene¬ficentes. Na parte fi¬nal do livro, testemunhos
colhidos por meio de rigorosa metodologia de história oral apontam o Brasil
encontrado pelos imigrantes que aqui chegaram nos anos 1950.
Anna Rosa Campagnano é professora de Ciências Naturais e Matemática na
Itália, Nigéria e Brasil, mestre em Língua Hebraica (FLH/USP), doutora em
História Social (FLCH/USP), integrante da Sociedade Genealógica Judaica do
Brasil, diretora educacional do Arquivo Histórico Judaico Brasileiro (AHJB),
pesquisadora no LEER/USP, autora de vários artigos sobre judaísmo italiano e de
livros como “A Árvore de Abraham”,”Italianos: História e Memória de uma
Comunidade”, “Judeus de Livorno,Sua Língua, Memória e História”, entre outros.
Um mergulho na reencarnação do ponto de vista dos cabalistas judaicos
Nesta magnífica obra, “Reencarnação e Judaísmo – A Viagem da Alma”, o
rabino DovBer Pinson consegue, de forma magistral e inspirada, apresentar
minúcias e aspectos da tradição e da mística judaica sobre os caminhos da alma,
das verdadeiras peripécias e provações pelas quais ela tem de passar para
chegar ao seu verdadeiro destino final. São idas e vindas por caminhos às vezes
mais curtos e outras vezes mais longos; são influências de suas coexistências
com outras almas, em corpos diferentes, que conduzem a uma purificação e
refinamento progressivo.
Este título é um olhar abrangente sobre o conceito de reencarnação, como
ensinado pelos mestres da Cabalá e como analisado por grandes pensadores judeus
ao longo da história. Reencarnação, de fato, está profundamente enraizada no
pensamento judaico, dos cabalistas antigos à filosofia chassidica. Foi, e
continua a ser, um princípio importante na crença judaica. E ao explorar esse
fascinante assunto, Pinson cita não só os sábios de outrora, mas, também,
Freud, Jung, Tolstoi, Shelley, Hawthorne, Platão, Pascal, Schopenhauer e
Spinoza, entre outros.
Autor de 19 livros, DovBer Pinson é um rabino do movimento chabad e
cabalista moderno, estudioso, filósofo, palestrante e guia espiritual, vivendo
em Brooklyn, Nova York. Nascido em Crown Heights, é muito influenciado pelas
tradições do chassidismo Lubavitch. É reitor da Iyyun Yeshiva, uma escola
religiosa judaica para adultos que faz parte do Centro IYYUN, que ele fundou
como um centro para os ensinamentos e disseminação da sabedoria judaica e
Cabalá. Pinson é um pensador com o dom para unir o pensamento racional e
crítico com a compreensão mística. Já inspirou milhares de pessoas com o seu
profundo conhecimento e com sua notável capacidade de trazer à luz a sabedoria
milenar e torná-la extremamente relevante para os dias de hoje. Viajando por
todo o mundo, ensina e dá seminários, e seus ensaios mensais de internet sobre
a espiritualidade, Cabalá e filosofia chegam a dezenas de milhares de pessoas
em todo o mundo.
SOBRE A MAAYANOT:
Fundada, institucionalmente, em 1995, desde 1992 já produzia alguns
livros alinhados a seu lema (onde lê-se judaísmo, lê-se Maayanot), como “Águas
do Éden” e “Será que Ninguém Mais se Envergonha”. Em hebraico, o nome da
editora significa “fontes” e sua proposta editorial é, justamente, a de
difundir as fontes da sabedoria judaica em língua portuguesa. Entre as obras,
temas os mais variados, como filosofia, misticismo, autoajuda, ética,
comportamento, leis, história e biografias, todas dirigidas não apenas a judeus
e religiosos. Em seu portfólio, alguns best-sellers, como “A Torá Viva”, e
títulos dedicados à história da imigração judaica no País, como as obras que
compõe a série “Brasil Judaico”.
SERVIÇO:
Feira do Livro Judaico em Português
Data: 26 de abril
Horário: 9h às 20h30
Endereço: Rua Dr. Veiga Filho, 547
Entrada: gratuita