Partido Likud, do premier israelense, conquistou entre 29 e 30 cadeiras do Parlamento.
TEL AVIV — O atual primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, saiu vitorioso das urnas. Com 99,5% das urnas apuradas, o partido direitista Likud, do premier conquistou 30 das 120 cadeiras do Knesset (Parlamento do país), enquanto a coalizão de centro-esquerda União Sionista, do líder da oposição Yitzhak Herzog, ficou com 24 assentos.
Em terceiro lugar, a grande surpresa dessas eleições: a Lista Árabe Unida (união dos quatro partidos árabes do país), que se tornou a terceira maior força política do país, abocanhando 14 cadeiras. Nas eleições de 2013, esses quatro partidos conseguiram, separados, 11. Foram auxiliados pelo alto percentual de comparecimento às urnas: 71,8%, o maior desde a década de 1990. A minoria árabe-israelense (15% dos eleitores) compareceu mais do que antes: 68% em comparação com 54%, em 2013.
Abaixo dos três primeiros, ficaram Yesh Atid (11), Kulanu (10) e Casa Judaica (8). O tradicional partido de esquerda Meretz, sensação da política local, teve apenas quatro, atrás de Shás, Judaísmo Unido da Torá e Israel Beiteinu.

Já Herzog tentou afastar a sensação de derrota depois que as pesquisas eleitorais da semana passada davam a ele vantagem.
— Saibam que realizamos uma conquista impressionante! Desde 1992, não chegávamos a um resultado como esse — afirmou.
Na matemática do sistema político israelense, só sobe ao poder o partido que reunir uma coalizão de 61 cadeiras no Knesset. O próximo passo será dado, como na tradição, pelo presidente Reuven Rivlin. Ele entrará em contato com os líderes de todas as bancadas eleitas para escutar deles quem indicam para o cargo de premier. Só então decidirá qual candidato terá a chance, primeiro, de tentar montar o mosaico do próximo governo.
— Vamos ter um mês de negociações cansativas para a formação da coalizão. Netanyahu e Herzog estão fazendo caras e bocas, engajados numa guerra psicológica. Mas todos sabem que, no final das contas, vão acabar concordando em governar juntos — acredita o cientista político Mordechai Kedar, da Universidade Bar Ilan.
Outra surpresa foi o recém-criado partido Kulanu (Todos Nós), com 10 cadeiras. Liderado pelo ex-ministro das Comunicações Moshe Kahlon, dissidente do Likud e reverenciado por ter baixado o preço dos celulares, pode servir de fiel da balança. Ou se unir ao Netanyahu e Herzog num governo de união nacional. Outra legenda socioeconômica que se saiu bem foi o Yesh Atid (Há Futuro), do ex-ministro das Finanças, Yair Lapid, que diminuiu de 19 para 12 cadeiras, mas evitou uma queda maior.